Cardiologia Veterinária evolui e se destaca como especialidade

No Dia Mundial do Coração, médicos-veterinários alertam para o acometimento de 85% dos animais com mais de 13 anos por doenças cardiovasculares
Apex/CRMV-SP

Dia 29 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Coração e a data serve principalmente para lembrar da importância da prevenção, já que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo. No Brasil, segundo o cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, nos primeiros nove meses de 2020 já são quase 295 mil mortes.

Entre os animais, o problema também é grave. A degeneração das válvulas cardíacas, por exemplo, acomete 85% daqueles com mais de 13 anos. Além disso, outras doenças cardiovasculares são freqüentes, como dirofilariose (popularmente chamada de verme do coração), insuficiência cardíaca congestiva (especialmente em cães), cardiomiopatia dilatada hipertrófica (principalmente entre os gatos) e a degeneração da válvula tricúspide.

De acordo com o presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais (CTCPA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Márcio Thomazo Mota, a Medicina humana teve influência direta no tratamento de valvopatias – doenças de válvulas –, alteração de ritmo, aumento de câmara cardíaca e também aumento de pressão em animais.

“A Cardiologia Veterinária trouxe da Medicina humana uma série de exames que fizeram com que este diagnóstico fosse muito mais apurado, como ecocardiograma, ecodopplercardiograma, eletro, tomografia, tomografia de tórax, radiografia, holter, e exame de pressão. A evolução da área está ligada ao aumento da tecnologia. Existem clínicas focadas em cardiologia, além de centros de especialidades nos quais ela é o carro chefe”, afirma Mota.

Prevenção

De acordo com a presidente da SBCV, a médica-veterinária Lilian Caram Petrus, o coração é um órgão que pode sofrer alterações por doenças sistêmicas e a falha em seu funcionamento pode levar à alteração em outros órgãos. “Pensando nisso, podemos dizer que o coração é realmente um órgão central que tem um papel fundamental de distribuição de ‘mensagens’ entre os demais”, afirma.

“Com a evolução da Medicina Veterinária, os animais ficaram com a expectativa de vida maior e, por consequência, os problemas cardiológicos começaram a aparecer. O responsável pelo animal está procurando se atentar cada vez mais à prevenção e os exames ajudam muito. Os cardiologistas atentam muito para minimizar o impacto destes problemas no futuro”, esclarece Mota.

Cirurgia Cardiológica Veterinária

Para a presidente da SBCV, quando se trata de cirurgia cardiológica, as que mais cresceram no Brasil foram feitas por cateterismo, como valvoplastia da válvula pulmonar, oclusão de ducto arterioso patente e colocação de marca passo, além de dilatação por balão. “Antigamente não tinha ninguém que fazia no Brasil e hoje existem pelo menos três profissionais. Um ponto a melhorar e desenvolver é a parte de circulação extracorpórea em cães e gatos”, destaca.

Quando questionado sobre o potencial do setor, o presidente da CTCPA do CRMV-SP diz que ainda há muito a desenvolver, em especial na cirurgia e na farmacologia, com maior foco em medicamentos veterinários. “A cardiologia hoje está entrelaçada com outras áreas da Medicina Veterinária, sendo muito importante para execução de tratamentos e cirurgias de outras especialidades”, diz o presidente do CTCPA do CRMV-SP.

Especialidade

O profissional especializado na área pode realizar atendimento clínico-cardiológico de cães e gatos, além de outras espécies animais, como cavalos e silvestres. Tendo o certificado emitido pela SBCV, entidade habilitada para a concessão do Título de Especialista em Cardiologia Veterinária pelo CFMV desde 2017, o profissional deverá requerer o registro de especialista junto ao CRMV-SP.

De acordo com a presidente da SBCV, a prova de Título de Especialista em Cardiologia Veterinária deve acontecer em novembro de 2021, juntamente com o próximo Congresso Brasileiro de Cardiologia Veterinária. “Com o título, estarão habilitados, ainda, para a realização de exames eco e eletrocardiográficos. Isso também obrigará o profissional a se preparar melhor e se atualizar na área”, informa.

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