Filtrar informações ajuda a manter a mente saudável em meio à pandemia

No trabalho, ao identificar alteração comportamental de colegas, a melhor forma de ajudar é sugerir o acompanhamento profissional
Comunicação CRMV-SP

A psicológica especialista em luto, Joelma Ruiz, alerta que o excesso de informação, durante a pandemia, pode gerar ansiedade, pois leva o indivíduo a experimentar um estado mental de alerta constante, a partir das diversas possibilidades de situações futuras. Isso altera o estado de humor e leva ao aparecimento de pensamentos vitimistas, que impedem a percepção de novos cenários.

“Recomenda-se que a busca por notícias seja realizada uma vez ao dia, em horários em que haja tempo para o cérebro filtrar e elaborar conteúdos. É importante vivenciar um dia de cada vez e estar presente no aqui e agora, pois é o que conseguimos controlar”, orienta Joelma.

Rodrigo Cardoso Rabelo, sócio da Intensivet e especialista em Medicina Veterinária Intensiva, também sugere cautela com relação ao emaranhado de conteúdos noticiosos em tempos de Covid-19. Para ele, a melhor forma de blindar as notícias desnecessárias é restringindo as fontes de informação.

“Eu busco me orientar a partir dos dados oficiais do governo e das organizações científicas. Se eu consumir todas as informações que chegam pelas redes sociais e grupos de WhatsApp, certamente vou adoecer”, alerta Rabelo.

No trabalho

“É importante que os gestores parem, respirem e filtrem informações, de forma a não transmitir medo aos seus colaboradores, já que este medo será uma violência secundária para os envolvidos. Uma equipe estressada gera uma crise dentro de outra crise”, diz a psicóloga.

Para os profissionais que atuam em hospitais veterinários, seja flexível com os horários, trocas de plantão e sobrecargas de trabalho. Ao identificar alteração comportamental de colegas, a melhor forma de ajudar é sugerir o acompanhamento profissional. “Quanto mais um indivíduo assume a ansiedade de um terceiro, mais propenso ele estará a adquirir uma outra doença, que é a fadiga da compaixão”, ressalta Rabelo.

Priorizar a saúde

No caso do médico-veterinário, cuja atuação não está, até no momento, centrada na linha de frente ao combate do Covid-19, a preocupação deve ser a de não adoecer. Para Rabelo, a confusão gerada pelo coronavírus pode ser mais um catalisador dos transtornos mentais que já vinham ocorrendo entre a classe.

“Se o profissional já sofria de distúrbios de ansiedade e depressão, e não fazia tratamentos ou foi mal diagnosticado, a pandemia pode agravar esses sintomas e contribuir para que eles apareçam com ainda mais força”, alerta Rabelo.

Controle em situações críticas

“Quando carregamos o sentimento da perda anterior, é impossível focar nos próximos atendimentos. Tive que aprender a controlar a ansiedade, o estresse, o medo, e a raciocinar em situações críticas. Este controle é imprescindível para que possamos oferecer o melhor da nossa técnica”, afirma Thiago Kohler Valério, médico-veterinário, especializado em Medicina Intensiva e bombeiro voluntário durante 13 anos.

O profissional deve aceitar que nem todas as batalhas contra a morte serão vencidas. “Pessoas e animais vão morrer neste processo, ainda que se faça o possível para evitar. Não ganhamos sempre. Para evoluir, tive que aprender a me focar nos indivíduos que salvei, e desta forma, as perdas se tornaram aprendizados”, conclui Valério.

 

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