Determinação é o combustível que move a primeira zootecnista a assumir a diretoria do IZ

Profissional esteve à frente do órgão por seis anos e foi responsável por conseguir R$ 15 milhões em investimentos para infraestrutura e capacitação de equipes no exterior
Texto: Comunicação CRMV-SP
Foto: Arquivo pessoal

Toda sexta-feira ela acompanhava o avô no trabalho em uma fazenda, no interior de São Paulo. A experiência de infância despertou o encanto pela área de produção. Era o destino tomando seu rumo para que a Prof. Dra. Renata Helena Branco Arnandes se tornasse zootecnista e construísse uma carreira de sucesso.

Renata chegou à diretoria geral do Instituto de Zootecnia (IZ) da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA-SP), cargo em que permaneceu até 2019.

Pesquisadora do IZ desde 2005 e docente orientadora do Programa de pós-graduação em Produção Animal Sustentável do órgão, Renata encontrou no instituto a oportunidade de realizar o sonho de atuar com bovinos de corte. Entretanto, antes de realizá-lo com seu ingresso no IZ, em 2005, a vida ainda a levou a trilhar outros caminhos, no segmento de caprinos.

“Quando consegui passar para o mestrado e, depois, para o doutorado, ambos para atuar com caprinos, tive dúvidas se deveria ir em frente. Mas ouvi da minha mãe: ‘nem sempre fazemos só o que gostamos’”, conta a zootecnista, emocionada, ao recordar do alerta que a fez mais forte para, no futuro, atuar na área de Nutrição de bovinos, em projetos pioneiros no País.

Em 2010, Renata foi convidada para assumir a direção do Centro Avançado de Pesquisa de Bovino de Corte. Aceitou e entrou para a história como a primeira mulher à frente da divisão. Três anos depois, veio, então, a oportunidade de um desafio ainda maior: a direção geral do IZ, que já havia sido liderado por uma mulher, mas nunca por uma mulher zootecnista.

As mulheres continuam sendo minoria entre os profissionais da Zootecnia registrados no CRMV-SP. Elas são 558 dentre os 1.496 zootecnistas registrados em São Paulo, o que corresponde a 37% do total de zootecnistas registrados. O olhar por outro prisma, porém, mostra o avanço da força de trabalho feminina na profissão. Elas avançam nos cursos de graduação em Zootecnia. Na Universidade de São Paulo, por exemplo, elas eram menos de 20% dos alunos na década de 1990. Já em meados de 2010, as mulheres passaram a representar 48% do corpo de estudantes. Nos últimos cinco anos, as alunas são cerca de 60% na instituição.

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Um novo olhar sobre o IZ

Seu sim deu início a uma jornada marcada por importantes conquistas. Um projeto apresentado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em sua gestão representou uma virada de chave no IZ. Os frutos foram os R$ 15 milhões em investimentos destinados à melhoria dos laboratórios e da infraestrutura, bem como para a capacitação de profissionais no exterior.

“Delimitei três áreas prioritárias de trabalho: a produção sustentável de leite, a produção sustentável de carne e sistemas integrados de produção”, conta Renata sobre a estratégia do projeto enviado à Fapesp, que tinha para cada linha um profissional coordenador designado.

Estratégia em prol da produção brasileira

Em 2019, ao finalizar sua gestão como diretora geral do IZ, seguiu como coordenadora do Plano de Desenvolvimento Institucional de Pesquisa  (PDIP) do Instituto. “Na época, o então secretário da Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, perguntou-me qual era o grande gargalho na cadeia produtiva e disse: ‘sonhe grande, Renata’”. A resposta era mais foco na Nutrição e na mitigação de gases de efeito estufa.

“A partir daí criamos um laboratório com tecnologia de ponta, com sistema de simulação do ambiente ruminal dos animais para estudo da eficiência alimentar e da redução da emissão de metano”, conta a zootecnista. Ela enfatiza que se trata de um laboratório único no Brasil e que assemelha-se a apenas outros seis existentes no mundo.

A família como alicerce

De acordo com Renata, sua força vem da união da família. Tanto de seus pais, quando da que construiu ao se casar e ter um filho, hoje com 14 anos de idade. “Quando ele nasceu eu pensei: e agora? Mas pude contar com todo o apoio da minha mãe, que chegou a viajar comigo para me ajudar a cuidar do meu menino enquanto tocava os projetos”, diz.

A zootecnista também frisa o companheirismo que nutre junto ao marido para o sucesso na administração dos compromissos de trabalho com a vida em família. “Neste aspecto, o êxito depende desta parceria entre homem e mulher.”

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