O isolamento social para impedir o avanço da transmissão do novo coronavírus, que provoca a Covid-19, não altera o cronograma oficial de vacinação de rebanhos contra a febre aftosa no estado de São Paulo.
A primeira etapa de imunização ocorrerá de 1º a 31 de maio, conforme estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que prevê a vacinação de 10,5 milhões de bovinos e bubalinos de todas as idades no Estado e, de 176 milhões, em todo o País.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) enfatiza que cumprir o calendário rigorosamente é uma medida indispensável e que coaduna com os pilares da Saúde Única.
“A imunização deve ser planejada como de costume, com cuidados adicionais que o momento requer, ou seja, intensificação nos procedimentos de higienização dos profissionais e ambientes, uso de EPIs, maior distância entre pessoas e afastamento do trabalhador em caso de sinais respiratórios”, afirma o médico-veterinário Fábio Alexandre Paarmann, membro da Comissão Técnica de Saúde Animal (CTSA) do CRMV-SP.
Alto risco de contágio
Vice-presidente do Regional e presidente da Comissão, Odemilson Donizete Mossero reforça a orientação de Paarmann ao mencionar que os médicos-veterinários que atuam em Defesa Sanitária Animal possuem preparação para ações emergenciais na área animal e precisam se manter alertas nesse momento delicado de saúde pública, a fim de não permitir retrocessos sanitários.
O gerente do Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa, Adriano Macedo Debiazzi, destaca o fato da doença ser extremamente contagiosa. “Falhas no sistema de vigilância e no processo de imunização dos animais podem resultar em consequências negativas para o Estado e para o País, como a reintrodução da doença, tendo em vista a movimentação ilegal de animais suscetíveis, que corresponde à principal causa de ocorrência de novos focos.”
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(Odemilson Donizete Mossero)
Venda por telefone e internet
Quanto às doses da vacina, a orientação do governo é que sejam adquiridas por telefone ou internet. De acordo com o Ministério, quando isso não for possível, a venda direta ao produtor deverá acontecer respeitando as medidas necessárias para evitar a transmissão da Covid-19, tanto por parte dos produtores rurais, quanto por parte das revendas de vacina.
“A possibilidade de as declarações serem realizadas por sistema informatizado, assim como o Estado poder viabilizar um fluxo logístico das vacinas de forma a não expor os produtores rurais a aglomerações, foram aspectos decisivos para a manutenção da etapa”, afirma Debiazzi.
Prazo estendido
Conforme divulgado pelo Mapa, os criadores de rebanhos terão recursos tecnológicos e prazo estendido até 01/07 para o envio das comprovações de vacinação de rebanhos contra a febre aftosa aos órgãos sanitários.
Caberá ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) de cada Estado e às entidades representativas que compõem as equipes gestoras estaduais do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) estabelecer as formas de comunicação sobre a etapa de vacinação, bem como auxiliar na vacinação de propriedades que tenham dificuldade de executá-la nesse momento.
Serviço – para enviar as comprovações:
– pelo sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave), no site da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do estado de São Paulo (CDA):
– na impossibilidade de utilização do Gedave (https://gedave.defesaagropecuaria.sp.gov.br/), o usuário poderá entrar em contato com os Escritórios de Defesa Agropecuária da região e enviar a declaração via e-mail;
– em último caso, será possível agendar horário para que seja realizada a entrega por meio presencial. Informações disponíveis em https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/.
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