70%
dos predadores capturados pelo Ibama não voltam a habitat natural
Eles são encaminhados para zoológicos ou
criadores autorizados.
Adaptação de animais e falta de estudos ecológicos são obstáculos.
Cerca de 70% dos
predadores capturados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
não chegam a ser devolvidos para o seu habitat natural. O índice, segundo o
próprio Ibama, deve-se
principalmente à falta de possibilidade de pesquisa em áreas que poderiam ser
usadas para a devolução dos animais e à dificuldade de adaptação desses
animais, que são recolhidos ainda filhotes e só sabem viver
“Um predador precisa aprender a caçar desde filhote, com os
seus pais. Quando um animal desse porte cresce em cativeiro, sua adaptação ao
meio natural é muito difícil. É possível, mas demanda investimentos
financeiros e de tempo muito altos”, diz Anderson do Valle, coordenador do
Centro de Triagem do Ibama no Distrito Federal.
Valle explica que, ao ser resgatado pela Ibama,
todo animal é encaminhado para um Centro de Triagem, onde tem sua saúde
avaliada. “Tivemos um papagaio apreendido que demorou seis meses para voltar
ao meio ambiente. Nesse tempo, ele ficou no Centro para ter treinamento de voo, aprender a conseguir alimentos
sozinho e se ambientar com outros animais. Enquanto isso nós
estudávamos áreas para que fosse feita a soltura”, afirma o especialista ao
G1.
Alguns animais, no entanto, não chegam a voltar para a natureza. Esse é o
caso dos mutilados ou os animais que não conseguem mais aprender a viver na
natureza. “Esse é um problema comum causado pela falta de estudos ecológicos
sobre os habitats, e pela dificuldade de reabilitação de alguns animais, que
pode ser muito demorada e tem um custo elevado”, diz Valle. O coordenador
explica que a retirada do animal do seu habitat, além de
prejuízos ao meio ambiental e ao equilíbrio ecológico, prejudicam o
bem-estar do próprio animal.
“Quando o animal não pode voltar ao seu habitat ele é encaminhado para um
zoológico; para um criador científico, que fará pesquisas de comportamento e
observação; para um criador conservacionista, que tem o intuito de reproduzir
para preservar a espécie; ou para uma pessoa física que adote o animal, ou
por meio de um termo de responsabilidade, ou temporariamente”, diz.
Outras espécies
Valle estima de 50
mil animais sejam capturados por ano pelo Ibama, em todo o país. Desses, 95% são pássaros, os
que mais fácil podem ser devolvidos ao meio ambiente pela facilidade de fuga
de predadores e pela fartura de alimentos. Os outros 5% se dividem entre
predadores (0,5%), que incluem onça, gato-do-mato, cachorro-do-mato,
lobo-guará, entre outros, e falconiformes, como
gaviões e falcões.
Na tentativa de combater essa tendência, o Ibama considera que parcerias com universidades e
pesquisas mais aprofundadas, além de gerarem recursos para a reabilitação dos
animais, facilitam estudos de habitats, o que é fundamental para a soltura
dos bichos.
“Nossa intenção é estruturar esse trabalho e transformar os Centros de
Triagem em Centros de Pesquisa. Isso facilitaria o cumprimento de nosso
objetivo, que é promover o bem-estar do animal”, diz Valle.
Fonte: G1, acesso em 08/06/2009
Relacionadas
Mais procurados
doações Marcelo Verlengia Andrade defesa da profissão selo interferência humana feriados conselheiro Unesp Premiação CRMV-SP 2022 faturamento olimpíadas de paris 2024 home office habilitação campanha Gestão Veterinária ODS 12 alimentação animal comunicação São josé do rio preto Rio Grande do Sul vermifugação cremesp
-
Horário de atendimento telefônico: de segunda a sexta-feira das 8h às 17h (sede)
Horário de atendimento presencial: de segunda a sexta-feira das 8h30 às 16h (sede)
Acesso Rápido
Contato
(11) 5908 4799
Sede CRMV-SP
Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo
Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40