Este ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) e a Aliança Global para o Controle da Raiva (GARC) uniram forças para combater a raiva mediada por cães em todo o mundo. Juntas, as instituições formam a colaboração Unidos Contra a Raiva (United Against Rabies).
A iniciativa utiliza ferramentas e conhecimentos existentes para capacitar e mobilizar países a salvarem vidas desta doença evitável. As nações reunirão esforços para alcançar a meta “zero em 30”, ou seja, nenhuma morte até 2030.
O plano estratégico global prioriza as mudanças sociais necessárias em três objetivos: 1. usar efetivamente vacinas, medicamentos, ferramentas e tecnologias; 2. gerar, inovar e medir o impacto; 3. sustentar, comprometimento e recursos.
“A união de grandes organizações em torno de uma agenda comum, com objetivos a serem cumpridos, é importantíssima para que o assunto permaneça em pauta e provoque mobilização”, comenta a médica-veterinária Luciana Hardt Gomes, integrante da Comissão Técnica de Saúde Pública Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) e diretora técnica do Instituto Pasteur.
Educação para a prevenção
O Centro Panamericano de Febre Aftosa, por exemplo, está promovendo a campanha “Vacinar para eliminar”, cujas informações estão em um site, onde serão publicadas ações diversas de adesão à campanha em um mapa interativo.
Já a OIE lançou a campanha “A raiva acaba aqui”. Entre as ações está a distribuição de mais de 22,2 milhões de doses de vacinas contra raiva, principalmente em países da África e Ásia, em agosto deste ano, e a disponibilização de ferramentas de comunicação destinadas a criar um sentimento de orgulho entre as pessoas que vacinarem seus pets. A conscientização é o fator-chave para o sucesso do engajamento das comunidades na prevenção da doença.
Incidência da raiva
O Brasil registrou 840 casos de raiva animal em 2018, dos quais 307 ocorreram no Estado de São Paulo. No que diz respeito à forma humana da doença, foram 11 em todo o País, conforme dados do Ministério da Saúde (MS), atualizados em janeiro deste ano.
Já no âmbito mundial, a estimativa apontada pela Unidos Contra a Raiva é de que, a cada ano, a raiva cause a morte de 59 mil pessoas, sendo a maioria crianças que vivem em áreas rurais. Segundo a Unidos Contra a Raiva, mais de 95% dos casos de raiva em humanos são causados por mordidas de cães infectados, ou seja, praticamente 100% das ocorrências poderiam ter sido evitadas com a vacinação.