Não é por acaso que os gatos já possuem uma especialidade voltada apenas para eles dentro da Medicina Veterinária. Os felinos têm diversas particularidades, no que tange à saúde, comportamento e bem-estar. Isso requer mais atenção, o que tem sido possível com avanços científicos e tecnológicos.
“O significativo desenvolvimento da Medicina Felina foi impulsionado pela conscientização de tutores e de profissionais de que gatos são, indiscutivelmente, diferentes dos cães”, afirma Cristiano Nicomedes, presidente da Academia Brasileira de Clínica de Felinos (ABFel).
Integrante da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Eduardo Pacheco diz que novos recursos, como “ressonância magnética, tomografia multislice e ultrassonografia”, permitem diagnóstico precoce de doenças do trato urinário e gastrointestinais, mais comuns em gatos.
“Há também novos exames laboratoriais, com marcadores que possibilitam detectar a propensão para doenças com bastante antecedência, permitindo trabalharmos com o preventivo”, afirma Pacheco, ressaltando que os felinos tendem a esconder mais os sintomas clínicos.
Atenção especial
De acordo com Nicomedes, a abordagem mais adaptada e visão integrada em relação aos gatos levaram à criação de programas Cat Friendly em todo o mundo, não sendo diferente no Brasil. “Isso desencadeou mudanças comportamentais e estruturais para o atendimento a esses animais.”
De acordo com a presidente da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP, Cristiane Pizzutto, “o gato é mais exigente quanto ao espaço”, o que pode refletir em seu bem-estar, comportamento e saúde. “Gatos com problemas com o ambiente podem, por exemplo, se lamber em excesso e provocar uma dermatite”, menciona a médica-veterinária.