O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) possui, atualmente, 32,5 mil médicos-veterinários registrados e ativos na profissão. Desse total, 19,1 mil são mulheres, o que representa 58,7% dos profissionais.
Já no contexto nacional, conforme dados do CFMV, a proporção de atuantes do sexo feminino ainda é um pouco menor (58,4 mil) do que a presença masculina (59,8 mil), atingindo 49% do total de médicos-veterinários registrados e ativos no Brasil (118,3 mil).
A predominância de profissionais mulheres na classe em municípios paulistas já vem sendo notada pelo CRMV-SP, nos últimos anos. Em 2008, por exemplo, elas já somavam 52,1% do total de médicos-veterinários no Estado.
A Profa. Dra. Margareth Elide Genovez, única mulher na Diretoria Executiva do CRMV-SP, ocupando o cargo de tesoureira, comenta que, hoje, a maior parte das mulheres opta por exercer a clínica de pequenos animais. “Nas cerimônias de entrega de cédulas de identidade profissional do Conselho, 95% dos profissionais manifestam interesse nessa área e, dentre eles, quase 90% são mulheres.”
Mercado pet
A presença maciça feminina no setor pet é confirmada pela médica-veterinária Carla Alice Berl, primeira secretária da Associação Brasileira de Hospitais Veterinários (ABHV) e fundadora da rede de hospitais veterinários PetCare. “Infelizmente, homens ainda são maioria em cargos de gestão no setor pet. Sou a única mulher no conselho administrativo do grupo de investidores da rede PetCare”, ressalta Carla.
O pulso feminino em campo
Profissionais das mais variadas áreas se veem em contextos de desvantagem em relação aos colegas do sexo masculino. Margareth conta que, apesar disso, nunca precisou lidar com tratamentos diferenciados ou qualquer situação que a desvalorizasse por ser mulher.
“Sempre fui respeitada, mesmo quando atuava no campo, entre donos de propriedades rurais, funcionários braçais e colegas de profissão”, afirma a médica-veterinária, que se dedicou à área de doenças infecciosas que impactam a reprodução de animais de produção.
Carreira x maternidade
Mãe de uma jovem, Margareth também não se queixa da somatória dos compromissos profissionais com os da maternidade, a qual escolheu vivenciar após a conclusão do seu doutorado. “Não dá para negar que essa fase tem grande impacto sobre a vida da mulher e sua carreira. Mas, depois de um tempo, o lado profissional se realinha.”
A médica-veterinária Luciana Hardt Gomes, diretora do Instituto Pasteur – referência internacional no controle e vigilância da raiva – e integrante da Comissão Técnica de Saúde Pública Veterinária do CRMV-SP, também não enfrentou grandes dificuldades. Ela comenta que pôde contar com a parceria do então marido, pai de seus dois filhos, hoje com 20 e 11 anos de idade.