Os pets também podem sofrer com o aparecimento do câncer e, assim como nos humanos o tratamento indicado para a doença é a quimioterapia.
O responsável pelo Setor de Oncologia do Hospital Veterinário Pet Care, o médico veterinário Alex Lafarti de Sena, esclarece que o uso de uma droga ou químico para tratar qualquer doença é uma quimioterapia, mas esse termo normalmente se refere ao uso de drogas para tratar o câncer.
O objetivo da quimioterapia na veterinária é aumentar expectativa de vida e melhorar a qualidade de vida dos animais com câncer.
Como funciona:
O câncer pode ser definido como um crescimento celular rápido e encontrolável. Drogas anticancerígenas funcionam bloqueando o crescimento e a divisão celular. Diferentes drogas agem em diferentes fases desses processos. Em muitos casos, uma combinação de drogas é a maneira mais efetiva de matar as células cancerígenas ou retardar o seu crescimento.
Como o medicamento é administrado:
A maioria das drogas anticancerígenas é dadas por boca ou por injeções. A via escolhida (endovenosa, subcutânea ou oral) depende do tipo de droga e do tipo do câncer.
Duração:
A duração e a frequência da administração das drogas depende do tipo do câncer e da tolerância do paciente a essas drogas. O tratamento pode ser diário, semanal ou mensal.
Risco de exposição:
As maiorias dos quimioterápicos são muito potentes e devem ser manuseados com cuidado. Alguns são carcinogênicos e podem causar câncer com exposição prolongada.
Com drogas administradas por via oral é importante manter os comprimidos ou cápsulas fora do alcance de crianças em recipientes adequados. Quando manusear essas drogas deve-se usar luvas.
A urina e as fezes do animal podem ser contaminadas com componentes ativos da droga por vários dias após a administração.
Sempre evite o contato direto com urina e fezes de animais recebendo quimioterapia. Use luvas para limpar os dejetos e lave bem as superfícies.
Efeitos colaterais:
Veterinários tentam escolher dosagens e combinações que causem os menores efeitos colaterais possíveis. O ideal seria o animal que recebe quimioterapia não perceber que está doente. Entretanto, as drogas usadas são extremamente potentes e efeitos colaterais podem ocorrer.
O potencial para efeitos colaterais deve ser considerado em relação aos benefícios da quimioterapia e dos efeitos adversos de deixar o câncer sem tratamento. A escolha da quimioterapia para seu animal é uma decisão individual.
Tipo de efeitos colaterais:
Os efeitos colaterais ocorrem porque as células normais do corpo também são expostas aos quimioterápicos. As células mais sensíveis estão no sangue (toda droga quimioterápica tem efeito ielossupressor), trato gastro-intestinal, pele e sistema reprodutor.
Conseqüentemente, potenciais efeitos colaterais incluem infecções, sangramentos, diminuição do apetite, vômitos, diarréia, pelame mais fino ou alterações da cor dos pelos e esterilidade. Raramente, associado com drogas específicas, pode ocorrer desconforto da bexiga, lesão renal e alterações cardíacas.
O efeito adverso mais severo é infecções agressivas levando à morte. O efeito colateral mais frequentemente descrito pelos donos é que os animais parecem “desligados” por 1 ou 2 dias.
Isso deve significar que o animal fica discretamente menos ativo e excitado que o normal para comer. Mais raramente o animal pode pular 1 ou 2 refeições, ter um episódio de vômito ou diarréia, sangue na urina ou ficar letárgico.
Infelizmente não há como prever qual animal vai ter reações mais severas. O animal recebendo quimioterapia precisa ser observado de perto e ser levado ao veterinário aos primeiros sinais de doença ou alterações comportamentais.
Fonte: Animal Livre (acessado em 04/11/09)