RACHEL BOTELHO
Folha de S.Paulo
Entre os planos e as
expectativas para a viagem de férias certamente não consta perder algumas
horas –ou dias– no hospital. Mas, sem alguns cuidados, é possível que
veranistas desavisados acabem caindo nessa armadilha.
Os primeiros meses do ano concentram 30% dos problemas com animais
peçonhentos, como escorpiões e aranhas, segundo a Secretaria de Saúde do
Estado de São Paulo.
"Os acidentes com cobras e escorpiões ocorrem mais na época de calor e
chuva, de setembro a maio", afirma Carlos Roberto de Medeiros, diretor
do Hospital Vital Brazil.
Da mesma forma, na estação em que as praias costumam lotar, o risco de um
embate indesejado com animais marinhos é maior. E não se trata dos temidos
tubarões –os ouriços-do-mar, de aparência inofensiva, respondem por metade
dos acidentes no litoral paulista.
"A princípio, todo animal aquático pode ser perigoso, porque eles têm
formas de defesa, como veneno, nadadeira afiada, ferrões. São as pessoas que
não possuem informações sobre os perigos, nem mesmo nos
prontos-socorros", afirma o dermatologista Vidal Haddad Jr., autor do
livro "Animais Aquáticos Potencialmente Perigosos do Brasil" (ed. Roca,
R$ 107, 288 págs.).
Embora a maioria dos acidentes não traga consequências
graves –a não ser para certas pessoas alérgicas,
crianças e idosos, mais suscetíveis a complicações–, é bom tomar algumas
medidas preventivas para não perder a viagem.
Ao chegar a um novo local, informe-se com moradores sobre a existência de
perigo relacionado a animais, tenha cautela em lugares desconhecidos, observe
o entorno e não ponha a mão em algo que não sabe o que é, ensina o biólogo
Álvaro Migotto, da USP.
Sua máxima sobre animais marinhos pode ser estendida aos terrestres: ‘Estamos
sempre invadindo o ambiente deles, e os acidentes ocorrem por nosso
descuido’.
Atenção, portanto.