A gestação da sua cadelinha não
é apenas sinônimo de festa para esperar os
filhotinhos que virão. Para que o animal fique forte, e os cãezinhos,
saudáveis, é preciso tomar certos cuidados com a alimentação do bicho.
O primeiro passo é acabar com a comida caseira. "Essa é, na verdade, a
única contraindicação. A alimentação caseira não
supre todas as carências nutricionais do animal", afirma Marcelo Quinzani, diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care.
De acordo com Márcia Jericó, coordenadora do hospital veterinário da
Universidade Anhembi Morumbi, os cuidados devem aumentar no terceiro período
da gestação (veja quadro na pág. ao lado) e se estender até o fim da fase de
amamentação da cadela. "Na última fase da gravidez, as cadelas tendem a
precisar de 30% a 60% mais energia. O ideal é dar mais comida à
cachorrinha", diz. No entanto, segundo ela, é preciso ficar atento à
ração, que deve ser para adultos e de boa qualidade.
Quinzani tem opinião diferente. Para ele, do
terceiro período da gestação até o fim da lactação é preciso dar à cadela
ração especial para filhotes de acordo com a raça. "Essa ração tem
melhor equilíbrio de cálcio e fósforo, para que o esqueleto dos filhotes se
forme direitinho. A água está liberada para a cadela", pontua.
No entanto, ele ressalta a importância de introduzir este tipo de ração
apenas no período indicado. "Se a cadela come muito cálcio antes do tempo
pode desenvolver eclâmpsia, uma deficiência na
absorção do mineral que pode causar, entre outras coisas, contrações
musculares e taquicardia", observa. Em casos como esse, é preciso levar
o<qj> animal a um veterinário com urgência. A
aposentada Maria Cecília Souto, 63<qj> anos,
deu a ração diferenciada para a yorkshire Mel, dois
anos, no fim da gestação. "Ficou tudo bem com ela, e os filhotes",
conta.
Outro cuidado que deve ser tomado com a dieta da cadela prenha é a
quantidade. Ela vai querer mais comida, e você não deve negar. Mas tenha
atenção para não exagerar na dose. "Uma cadela grávida e obesa pode ser
problemas durante o parto", diz Quinzani. Um
deles é a dificuldade na hora de parir os filhotinhos, com mais tempo de
parto e problemas de contração. "Além disso, os filhotes podem ter falta
de oxigenação no cérebro por ficarem muito tempo em
trabalho de parto", afirma o veterinário.
Fonte:
Folha Online, acesso em 05/03/2008