Preço do leite já subiu 21% no varejo no ano e alta deve continuar

O brasileiro está pagando mais
caro pelo leite. O preço médio do leite longa vida integral no varejo já
subiu 21% no ano e deve continuar a subir. Dados da Scot
Consultoria mostram que apenas no mês de abril a alta no custo do produto foi
de 11,15%, na comparação com março, para R$ 2,01, o maior valor desde
setembro de 2007. Na comparação com abril de 2008, o preço está 23,11% superior.

– O preço no varejo está em alta há quatro meses
consecutivos
. Vivemos uma época de menor produção por causa da
entressafra e mais demanda pelo leite. A expectativa é que os preços
continuem a subir – afirma Cristiane de Paula Turco, responsável pelo
informativo "A Nata do Leite", da Scot
Consultoria, que acompanha o mercado para o produtor, no atacado e no varejo.

Os preços do leite para o produtor também devem ser pressionados pelo acordo
fechado com produtores na Argentina neste domingo, segundo o presidente da Leite Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de
Leite), Jorge Rubez. Ele diz que foi estabelecida
uma cota de 2.500 toneladas por mês, pelo preço internacional da Oceania, de
cerca de US$ 2.200 por tonelada no momento. A ampla entrada de leite da
Argentina, com preços mais baixos que os do mercado brasileiro, vinha puxando para baixo os preços ao produtor, tendência
que deve ser interrompida com a conclusão do acordo.
Cristiane explica que a demanda por leite costuma aumentar nesta época do
ano, seja pelo consumo da bebida por crianças em idade escolar ou pela maior
procura por produtos lácteos, como queijo, com a proximidade do inverno.
Ainda no varejo, o preço médio do leite longa vida desnatado teve alta
semelhante em abril, frente a março, de 10,54%, para R$ 2,01. Já os preços
médios de produtos lácteos no atacado subiram 2,09% em abril, na comparação
com março, segundo os dados da Scot Consultoria. O
quilo do leite em pó integral teve alta de 3,32%, para R$ 9,27, enquanto o
produto desnatado avançou 9,85%, a R$ 10,41.
Na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), da
Fundação Getulio Vargas, o leite tipo longa vida teve alta de 5,81% em abril,
a terceira maior alta entre os itens que compõem o índice. O IPC-S
desacelerou para 0,47% em abril, ante 0,61% em março.

Seca
reduz produção

A menor produção nesta época do ano, explica o pesquisador do Cepea/USP Gustavo Beduschi, se
deve ao período de seca.
– A produção de leite no Brasil é baseada em pasto. Na seca, o
volume produzido é menor e o preço sobe. Por outro lado, a indústria
conseguiu repassar os reajustes porque houve demanda. Há sinais de que os
reajustes ao produtor vão continuar ocorrendo. Quase 60% dos compradores
consultados pelo Cepea também esperam continuidade
na alta de preços ao produtor. Mas há a questão do desemprego também, que
pode levantar dúvidas na demanda – aponta Beduschi.

Após os meses de junho e julho, no entanto, os pecuaristas começam a tratar
os animais com cilagem e cana, diz o pesquisador, o
que tende a aumentar a produção de leite.
Pelos dados do Cepea/USP, o preço médio nacional do
leite ao consumidor – que considera os sete principais estados produtores –
subiu 2,81% em abril, na comparação com março, para R$ 0, 6258 por litro.
– Apesar da alta, o preço do leite ainda está em patamar inferior ao que
registrava em igual período do ano passado – afirma Gustavo Beduschi.
Segundo ele, o preço do litro, no atacado, era de R$ 1,52 em abril de 2008,
já descontando a inflação. Em abril deste ano, o valor chegou a R$ 1,46.
A expectativa de continuidade nos preços pagos a quem produz é compartilhada
pelo presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez.
– Estamos na entressafra. O custo de produção não abaixou e o preço dos
insumos subiu. Mas o que faz o preço subir mesmo é que há maior procura por
leite, a demanda está maior. Em maio, acredito que o preço para o produtor
segue em alta – explica Rubez.
As estatísticas da Leite Brasil apontam que o preço
pago por litro de leite ao produtor foi de R$ 0,63 nos meses de março e
abril. A projeção de Rubez é que, em maio, o preço
chegue a algo entre R$ 0,65 e R$ 0,70.
O presidente da Leite Brasil garante que não vai
faltar leite no país. Segundo ele, a produção no ano deve até subir 2%,
acompanhando o crescimento da população.
O gerente de compras de leite da rede Prezunic, Angelo Farias, no entanto, discorda da afirmação de que
não há falta de leite no mercado.
– Estamos enfrentando dificuldades no fornecimento e há atraso na entrega –
diz.
Segundo ele, os preços do leite de caixa subiram entre 30% a 35% no ano em
seus fornecedores. A rede Prezunic reduziu sua
margem de lucro, em 10%, mas ainda repassou em média 30% aos preços nas
gôndolas dos supermercados.
– Até dois meses, o preço máximo do leite de caixa era de R$ 1,59 e agora
passa dos R$ 2 – afirma Farias.
Na rede Prezunic, a caixa de um litro da marca
Parmalat custa R$ 2,19, enquanto o da Elegê é de R$ 2,15. As marcas Glória e Barramansa estão custando R$ 1,98 e a Sarita, R$ 1,99.

Fonte:
Agrolink, acesso em 06/05/2009

Relacionadas

Imagem de freepik
Imagem de mulher sorridente segurando telefone ao lado dos dizeres: Semana do Zootecnista. Inscreva-se.
homem careca de cavanhaque usando jaleco branco e escrevendo em uma pasta, dentro de um curral.
mão colocando envelope rosa dentro de uma urna de votação de papelão.

Mais Lidas

Diagnóstico por imagem é uma das especialidades reconhecidas pelo CFMV
Crédito: Acervo CRMV-SP
Notebook com a tela inicial da Solução Integrada de Gestão do CRMV-SP (SIG CRMV-SP)
Responsável técnico é a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais da empresa
Crédito: Freepik
Em São Paulo, a primeira instituição destinada ao ensino da Veterinária teve origem no Instituto de Veterinária, nas dependências do Instituto Butantan, no ano de 1919 Crédito da foto: Acervo Histórico/FMVZ-USP

Contato

(11) 5908 4799

Sede CRMV-SP 

Endereço: Rua Apeninos, 1.088 – Paraíso – CEP: 04104-021
Cidade: São Paulo

Newsletter

Todos os direitos reservados ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo – CNPJ: 50.052.885/0001-40