O Ministério da Saúde elevou
para 8 o número de casos confirmados de gripe suína
no Brasil e confirmou que houve transmissão do vírus A(H1N1) em território
nacional, entre pessoas que não viajaram a países afetados pela doença, a
chamada transmissão autóctone. Outros 18 casos são considerados suspeitos.
A pasta enfatizou que a transmissão permanece limitada, ou seja, não há
evidência de surto ou epidemia no País. Informou ainda que as ações de
vigilância e monitoramento não mudam.
As duas novas confirmações são da mãe do rapaz que se infectou no Rio e de um
paciente do Rio Grande do Sul. A mulher, de cerca de 50 anos, estava isolada
no hospital Clementino Fraga, zona norte do Rio, desde anteontem. Seu filho,
um jovem de 29 anos, que também está na unidade, contraiu a doença de um
amigo de 21 anos que veio do México e permanece hospitalizado no mesmo local.
Mãe e filho, na avaliação do governo, são os primeiros casos autóctones.
Infectologistas, no entanto, consideravam até ontem que o rapaz de 29 anos,
por ter contraído a doença de uma pessoa que trouxe o vírus do exterior,
teoricamente não poderia receber a classificação.
Com a confirmação de transmissão autóctone limitada no Brasil sobe para cinco
o número de países nesta situação – também Alemanha, Itália, Espanha e Reino
Unido estão neste estágio. Só México e EUA têm transmissão sustentável.
"O novo caso (o da mãe do rapaz de 29 anos)
estava sob monitoramento, devidamente orientado, e procurou os serviços de
saúde imediatamente após ter apresentado os primeiros sintomas. Foi
internado, tratado e encontra-se em quadro clínico estável", informou o
governo. Segundo o ministério, outras 70 pessoas que tiveram contato com os
três pacientes do Rio são monitoradas e não tinham apresentado sintoma; mais
40 foram descartadas.
O hospital no Rio divulgou ontem boletim médico dos dois rapazes. O primeiro,
o que esteve em Cancún, no México, tinha
"excelente estado geral" e estava internado "para completar o
período de isolamento". O segundo paciente estava sem febre e, segundo a
unidade, "evoluiu com melhora dos sinais e sintomas respiratórios".
O terceiro paciente, a mãe do rapaz, tinha quadro clínico estável, informou o
Hospital Clementino Fraga.
MONITORAMENTO
Duas pessoas que desembarcaram ontem no Aeroporto Internacional Antonio
Carlos Jobim, no Rio, provenientes de um voo da American Airlines vindo de
Miami, entraram em monitoramento por terem apresentado sintomas da gripe
suína.
No total, o voo tinha 175 passageiros, sendo que
nove passaram por Cancún (México), por causa do
mesmo evento esportivo em que esteve o primeiro rapaz internado na cidade com
o novo vírus. Outros dois passageiros que estavam no mesmo avião também
apresentaram sintomas, mas após uma avaliação mais criteriosa foram
liberados.
"Nesse voo havia
vínculo epidemiológico claro com o caso confirmado. Então é natural mais
cuidado", afirmou o secretário municipal da Saúde do Rio, Hans Dohmann. O avião atrasou pois
teve de fazer um pouso de emergência por causa de uma passageira com arritmia
cardíaca, sem relação com a nova gripe suína.
Fonte:
O Estado de S. Paulo, 11/05/2009