A tão propagada “gripe suína”
pelos quatro cantos do planeta fez uma vítima em potencial: o próprio suíno,
que aparece como vilão neste episódio, nada tem a ver com a história. È o que
garante o diretor técnico e de marketing da Ceva Saúde Animal na América
Latina, Gustave Decuadro,
que alerta sobre as consequências negativas que
podem sofrer os produtores brasileiros, no que é definido por ele como uma
“pandemia mediática”.
“Como veterinário europeu, já vivenciei este tipo de problema como, por
exemplo, com a doença da vaca louca na Inglaterra. Chama a atenção, mas a
desinformação e falta de responsabilidade na divulgação, com propostas
alarmistas pela falta de conhecimento, semeiam pânico entre a população”,
garante.
“O suíno, como animal, não transmite a doença. A contaminação é de humano
para humano. Trata-se, na verdade, da gripe humana A/H1N1, assim catalogada
pelos organismos sanitários de maior renome mundial” diz. As ponderações de Gustave são fundamentadas. A comunidade cientifica
mundial confirmou o primeiro caso de transmissão do vírus H1N1 do homem ao
suíno em Alberta, Canadá- exatamente o contrario do que foi divulgado no
início do surto. Um funcionário de uma empresa que visitou México em abril,
teve contato com suínos e os animais apresentarem manifestações respiratórias
de tosse e espirro, sendo confirmada a presença do vírus H1N1 posteriormente.
Geneticamente, o vírus, que apresenta características da gripe humana, suína
e aviária, é um mutante. Nenhum surto de gripe animal (suína ou aviária)
existe hoje em dia ou precedeu ao surto de gripe humana nem no México e nem
nos Estados Unidos, os dois países onde o problema começou.
A principal via de transmissão de homem a homem é a respiratória, sendo as
matérias virulentas a saliva, as gotas de espirros e tosse em forma direta ou
indireta (mãos ou objetos inanimados contaminados pelas secreções). A doença,
chamada de gripe A/H1N1, é de contagio rápido, mas de baixa mortalidade (de
morrer se o tratamento não for rápido e eficaz, segundo a Organização Mundial
da Saúde). “Temos que ter a mesma preocupação de não sermos atropelados por
um carro na rua ou levar um tiro de bala perdida”, compara Decuadro. As duas medidas principais a serem tomadas são
a gestão dos estoques de tratamentos antivirais e uma vigilância maior dos
vôos que vêm dos países com maior risco.
Segundo Gustave, a psicose popular já tem efeitos
nas exportações, já que quinze países suspenderam as importações de carne
suína e o Egito tomou a decisão de matar todo o plantel do país, com cerca de
250.000 animais. “O Brasil é indene de gripe suína. A ótima situação
sanitária brasileira, as condições de criação, a baixa densidade animal por
quilômetro quadrado comparada com outros países, as altas medidas de biosegurança das granjas brasileiras são fatores
importantes de prevenção das doenças”. Quanto ao consumo da carne, as pessoas
podem ficar tranquilas. “A carne de porco não
transmite a doença. A população pode comer carne suína e seus derivados sem
nenhum risco. O simples cozimento da carne e os tratamentos dos derivados são
letais para os agentes infecciosos em geral”, conclui. As informações são da
assessoria de imprensa da Ceva Saúde Animal.
Fonte:
Agrolink, acesso em 12/05/2009