A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) advertiu hoje sobre as ameaças da mudança climática para a pesca e para a aquicultura, e a falta de preparação dos países para enfrentá-las.
As atuais dificuldades devido à sobrepesca, a perda de habitats e a má gestão, a pesca não está preparada para fazer frente aos problemas derivados da mudança climática, adverte a FAO, em um relatório publicado hoje.
O organismo da ONU aponta, além disso, que os pequenos países insulares em desenvolvimento, que dependem da pesca e da aquicultura para mais de 50% de sua ingestão de proteínas animais, se encontram em uma posição particularmente vulnerável.
Além disso, acrescenta o estudo da FAO, a pesca continental, 90% da qual é praticada na África e na Ásia, está igualmente em perigo, o que significa uma ameaça para a provisão de alimentos e os meios de subsistência de algumas das populações mais pobres do mundo.
A FAO alerta, além disso, que “a previsão é de que o aquecimento na África e Ásia Central se situe acima da média mundial e alguns prognósticos sugerem que em 2100 serão percebidos efeitos negativos importantes em 25% dos ecossistemas aquáticos interiores da África”.
Além disso, a piscicultura será afetada, pois “o aumento do nível do mar durante as próximas décadas aumentará a salinidade de águas”.
A FAO explica que o relatório, que foi redigido por especialistas de todo o mundo, “é uma das análises mais completas realizadas até hoje dos conhecimentos científicos sobre o impacto do aquecimento global na atividade pesqueira”.
O relatório explica que, “em poucos anos, o aumento das temperaturas impactará na fisiologia dos peixes e produzirá mudanças na distribuição, tanto de espécies de água doce quanto de marinhas, mudará os ciclos reprodutivos e provocará mudanças em sua abundância”.
As populações de peixes que vivem nas regiões polares poderiam aumentar com temperaturas mais quentes, enquanto as populações nas regiões equatoriais sofrerão uma queda.
“São necessárias medidas de adaptação urgentes em resposta às oportunidades e às ameaças para a provisão de alimentos e meios de subsistência provocadas pelas variações do clima”, conclui o documento da FAO.
Fonte: G1 (acessado em 11/12/09)