Apesar de 2010 ser o Ano Internacional da Biodiversidade, não há muito o que comemorar. Pesquisadores estimam que 150 espécies sejam extintas todos os dias no mundo.
Segundo o secretário da Convenção sobre a Diversidade Biológica da ONU, Oliver Hillel, o lançamento das atividades pelas Nações Unidas neste domingo (10/01), em Berlim, na Alemanha, e no Brasil, também na última semana, em Curitiba, servem para colocar o tema no foco das discussões.
Ele reforça que, assim como a questão das mudanças climáticas, a perda da biodiversidade é o maior desafio para a humanidade atualmente. Por isso, durante este ano, serão promovidas atividades em todo o mundo para conscientizar a população.
“Estamos perdendo essa biodiversidade a uma taxa mil vezes maior do que a taxa normal na história da Terra”, diz Hillel. “Então, de acordo com as previsões dos cientistas, até 2030 poderemos estar com 75% das espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção. Hoje esse número é de 36%.”
Poucos objetivos cumpridos
Hillel faz um alerta sobre a estimativa de que 150 espécies sejam extintas todos os dias no mundo. Ele lembra que, dos objetivos traçados por vários países em 2002, durante o lançamento da Convenção da Biodiversidade, poucos foram cumpridos.
“Um dos que foi cumprido e nos encoraja é a proteção legal em unidades de conservação de 10% dos ecossistemas do planeta. O Brasil, por exemplo, é um líder”, ressalta ele, explicando que o país estaria com 16% da Terra em categorias de proteção, nas três esferas do governo. O mundo inteiro, em termos de ambiente terrestre, estaria com por volta de 12%.
O diretor do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, afirma que um calendário de eventos deverá ser divulgado nesta semana pelo Ministério para debater o tema.
“É importante, neste ano, ampliar a discussão com a sociedade pra refletir sobre a importância da biodiversidade”, salienta o diretor.
Fonte: Folha de São Paulo (acessado em 12/01/10)