As altas temperaturas e a umidade elevada das últimas semanas preocupam pecuaristas e técnicos de extensão rural do Rio Grande do Sul, que temem o avanço de parasitas no rebanho bovino gaúcho.
Favorecidas pelo clima, que vem ajudando seu desenvolvimento, pragas como carrapatos, mosca-do-chifre e berne começam a ganhar espaço nas fazendas, o que deve exigir cuidados redobrados dos produtores, segundo Fábio Schlick, assistente técnico da Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Bagé (RS).
“Naturalmente, a presença desses parasitas aumenta no verão. Mas, como neste ano o tempo está muito úmido e quente, os ataques vêm crescendo”, explica Schlick.
A disseminação também é impulsionada pela repetição de chuva forte, que acaba lavando a pele dos animais, reduzindo a concentração de substâncias aplicadas para proteger o gado. O tempo quente também beneficia a propagação de vermes gastrointestinais entre os animais, de acordo com técnico. Com o solo úmido, as larvas permanecem mais tempo vivas no chão, o que aumenta a chance de serem ingeridas pelos animais.
Ao provocar doenças e desconforto no gado, os parasitas também trazem prejuízos aos pecuaristas. A produção é afetada porque os animais, estressados e enfraquecidos, perdem peso, produzem menos leite e, no caso das fêmeas, podem deixar de entrar no cio.
Para prevenir mais perdas, os especialistas recomendam que os produtores reforcem a vigilância sobre a saúde dos rebanhos, principalmente os de corte, que normalmente não sofrem manejo diário como os de leite.
“O ideal é o produtor estar atento aos sintomas e exercer o controle o ano inteiro”, acrescenta José Piva Lobato, professor do Departamento de Zootecnia da UFGRS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que também defende a escolha de animais geneticamente mais resistentes aos parasitas.
Fonte: Canal Rural (acessado em 19/01/10)