No meio do caminho tinha uma capivara. Ou melhor, uma família de roedores. A presença dos bichos no lago mais frequentado de Bragança Paulista desperta a curiosidade, mas também preocupa os moradores.
No meio da caminhada, algo perto do lago chama a atenção: é um grupo de capivaras. Uma família que não para de crescer. Elas tomam sol, se refrescam e ficam no local. Já estão acostumadas com a presença dos bichos. Para alguns, uma presença que merece ser registrada. “Estava tirando umas fotos aí e vale a pena. Eu gosto muito da natureza”, disse um morador que passava pelo local.
Só que a maioria quer vê-las longe daqui. “Teria que recolhê-las, tirá-las do lago para a gente ficar mais à vontade e fazer nossa caminhada”, reclamou a dona de casa, Edna Bonadio Lopes. Os roedores transformaram as saudáveis caminhadas num risco para quem passeia pelo Lago do Taboão em Bragança Paulista. A presença do carrapato-estrela nesses animais pode trazer febre maculosa para os frequentadores, doença que pode ser fatal em seres humanos.
A febre maculosa provoca os seguintes sintomas:
-Dor de cabeça;
-Dores pelo corpo;
-Febre alta;
-Pontos avermelhados pela pele.
A funcionária pública Regiane Zenorini já enfrentou dificuldades. “Um pessoa da minha família teve problema com o carrapato da capivara. Então, é muito preocupante”, alertou.
De acordo com exames da Vigilância Epidemiológica, os animais estão sadios. Mas a estratégia de prevenção despertou medo na população, pois pede uma série de cuidados. “Como o animal é silvestre, nós não sabemos qual a reação que terá. Então, é importante nunca se aproximar dele. O Lago é um local onde você pode praticar caminhada, desde que respeite as áreas cimentadas. Os carrapatos não sobrevivem nas pistas, mesmo que as capivaras passem por ali, pois ele não resiste ao sol”, afirma o chefe da Divisão Vigilância Epidemiológica da cidade, Marcus Leme.
Nessa disputa de espaço no lago, por enquanto, quem está levando a melhor são as capivaras. Para os moradores, sobraram placas de sinalização, que além de avisar sobre a presença dos animais, alerta para o risco dos carrapatos.
“Eles podiam fazer mais do que colocar somente placas, como colocar as capivaras em um ambiente saudável. Aqui elas podem atravessar a rua e sofrer um acidente”, diz a estudante, Daniela Sayuri Mizobuti.
A prefeitura afirma que não tem autonomia para evitar a chegada de novos animais e que não pode retirar os que já estão no local. “Se retirarmos as que estão aqui, outras virão. Elas não chegam mais pela tubulação, mas sim pela pista”, explica Leme.
“Faltou informar à população o horário em que as capivaras frequentam o lago, para que a gente possa vir em um horário diferente”, sugere a funcionária pública Regiane Zenorini.
A prefeitura informou que já fechou as tubulações do lago para que mais capivaras não cheguem ao local por esse caminho. A administração diz ainda que, com o cercamento da área, poderá solicitar um protocolo de retirada dos roedores junto ao Ibama. Enquanto isso, os animais vão passar por novas avaliações para saber se continuam sem doenças.
Fonte: VNews (acessado em 02/02/2010)