A estimativa da indústria veterinária brasileira é ter fechado o ano passado com um faturamento acima de R$ 2,8 bilhões. O acréscimo em relação a 2008 foi de 5%. A região de Campinas é hoje um forte polo de produção de medicamentos e aditivos para nutrição de animais de corte e de estimação. Em cidades da região estão instaladas grandes nomes do mercado, como Fort Dodge (incorporada ao grupo Pfizer no ano passado), Merial, Vetbrands e Sanphar.
Inovação tecnológica, lançamento anual de novos produtos e foco na resolução dos principais problemas que atingem o rebanho nacional e os animais domésticos são segredos que sustentam a competitividade da indústria nacional. As fabricantes instaladas na região atendem ao mercado local e exportam parte da sua produção, principalmente para a América Latina. O Brasil é um dos líderes mundiais em exportação de carnes e a ampliação do domínio do país em outros mercados eleva as atividades das produtoras de medicamentos e suplementos.
O presidente do Sindan – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, Emílio Salani, atesta a potencialidade da indústria brasileira com números. “O mercado cresce, em média, 8% ao ano. Mesmo em 2009, quando a crise econômica afetou diversos setores produtivos, inclusive o agronegócio, o setor manteve a expansão e aumentou o faturamento em cerca de 5%. Nossas projeções mostram que, entre dezembro de 2008 e novembro de 2009, as vendas reais ultrapassaram R$ 2,8 bilhões”, contabiliza.
Ele destaca que a indústria brasileira atua em diferentes nichos e desenvolve novidades na área biológica (vacinas) e remédios avançados. Salani ressalta que a região de Campinas concentra hoje um polo relevante no país e abriga grandes fabricantes, empresas de médio porte e pequenos empreendedores. “A região tem vantagens competitivas em relação a outros locais, como a logística e a oferta da mão de obra. O maior operador logístico que atende o setor está instalado aqui”, diz.
Polo
O fato de estar próximo de grandes mercados consumidores, possuir infraestrutura logística e profissionais qualificados fizeram da região um espaço de atração para as empresas do setor veterinário. As indústrias investem em ampliação de suas áreas e novos produtos. Nem mesmo a crise freou os negócios do setor. A Merial cresceu no ano passado 12,7%, com um faturamento de R$ 300 milhões. “O resultado do ano passado foi uma surpresa. O começo de 2009 foi muito difícil. Mas, no final, os números foram bem melhores do que se esperava”, pondera o presidente da empresa, Alfredo Ihde.
O executivo afirma que é fundamental para essa indústria o trabalho de diferenciação dos produtos. “Inovar, ter preços competitivos e prestar serviços aos produtores são fatores primordiais para o crescimento da indústria de saúde animal”, pontua. Ihde aponta que, até o ano passado, um dos segmentos que mais se expandia dentro da empresa era o de reprodução bovina. “O segmento perde um pouco de espaço. O mercado de vacinas ganha força, em especial o produto voltado para suínos”, comenta. A área de produtos para pets também apresenta incremento nos números. Em 2010, a expectativa é de ampliar entre 6% e 7% os negócios. “As exportações aumentaram 40% no ano passado”, acrescenta.
Fonte: Revista Porkworld (acessado em 08/02/2010)