Criadores de várias partes do país estão em São Paulo para participar da Feira Internacional de Cabras e Ovelhas (Feinco). Pelo pavilhão de exposição desfilam as grandes estrelas da feira. Elas recebem tratamento especial. Há umidificador de ar para amenizar o calor e um capricho no visual. “É um tratamento vip”, diz o tratador Luís Paulo da Silva.
Na Feinco deste ano estão expostos mais de quatro mil animais de 20 raças diferentes. Entre as ovinas, o destaque é para a sul africana dorper, a brasileira santa inês e a holandesa texel.
O criador Donizete Aparecido da Silva, de Lençóis Paulista (SP), exibe orgulhoso o carneiro premiado. O porte, a genética e o aprumo estão impecáveis.
“Os negócios sempre vêm. O pessoal que tem interesse fica anotando, observando. Às vezes, não sai o negócio aqui, mas futuramente sempre aparece”, afirma Silva.
Muitos produtores vão à Feinco para conhecer as novidades tecnológicas. Uma delas é o diagnóstico de gestação feito com um aparelho de ultrassom que constata a prenhez logo no início. É como a ultrassonografia de um bebê. A partir das imagens que aparecem na tela o criador consegue planejar toda produção e ainda pode reduzir os custos, já que a maioria dos criadores só consegue saber se um animal está prenhe no final da gestação.
“O animal é submetido a um regime de alimentação diferenciada, com uma ração que dê os nutrientes necessários para um animal prenhe e a fêmea não esta prenhe. Então você gastou um alimento desnecessário”, explica o presidente da Federação de Criadores de Sergipe, João Telles Menezes.
A criação de caprinos e ovinos no Brasil está em expansão, mas ainda não dá conta da demanda. Grande parte da carne é importada, principalmente do Uruguai.
“O grande desafio do setor agora é transformar toda essa genética em alimento. O IBGE acusa 485 mil estabelecimentos aproximadamente com ovinos e 236 mil com caprinos. O rebanho médio é bem pequeno e não passa de 27 a 35 animais para caprinos. Isso também é um fator dificultador. A gente trabalha com ações coletivas como o associativismo para que os produtores se unam e consigam formar uma escala de fornecimento de abate maior”, afirma o consultor de projetos do Sebrae, Ênio Queijada.
A Feinco termina no sábado.
Fonte: Globo Rural (acessado em 12/03/10)