Recentemente, o AviSite publicou matéria em que o médico veterinário brasileiro Paulo César Martins, posicionando-se em relação a uma revista avícola européia, contestava “os comentários genéricos sugerindo que a produção animal é a principal responsável pela resistência a antimicrobianos no ser humano.
Agora, diretamente do campus de West Lafayette (Indiana, EUA) da Universidade de Purdue, surge posição idêntica. Quem a emite é o pesquisador Paul Ebner, para quem o desenvolvimento de resistência humana aos antibióticos está muito mais relacionado ao uso humano dos antibióticos do que à sua utilização na produção animal. “Quando avaliamos os padrões de uso humano dos antibióticos e os padrões de resistência humana aos antibióticos constatamos que são o espelho um do outro”, diz textualmente Ebner.
O pesquisador observa que o uso de antibióticos na produção animal vem sendo motivo de controvérsias nos EUA (e no resto do mundo), mas representam um efetivo meio de prevenção e tratamento de doenças, desde que corretamente utilizados. Nesse sentido, existem restrições e normas específicas de uso, monitoradas pelos órgãos oficiais responsáveis.
Conforme Ebner, foi a partir do surgimento das bactérias resistentes aos antibióticos – os “superbugs” ou super-bactérias – que começaram as ilações em torno dos antibióticos usados na produção animal. Mas, como também observou Paulo César Martins, essas super-bactérias estão muito mais relacionadas ao (mau) uso humano dos antibióticos.
Fonte: Avisite (acessado em 25/03/10)