As relações de os cães e gatos com seus donos já podem ser equiparadas às relações entre os membros de uma família. De melhor amigo, o cão passou a ser considerado um membro da família. Os gatos, embora ainda sejam minoria, também são acolhidos da mesma forma.
Nos lares brasileiros, a presença dos pets está bastante relacionada à figura feminina que, segundo dados da pesquisa Radar Pet, realizada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), detém 69% da posse dos animais de companhia.
Esse dado revela que o papel desempenhado pela mulher na estrutura familiar reforça a presença do cão e do gato, como parte daquele núcleo. “A mulher, na maioria dos lares, é figura central. Como o cachorro faz parte da casa, elas acabam assumindo o papel de dona”, explica o presidente da Comac, Luiz Luccas. Essa hipótese é reforçada quando os homens afirmam serem donos dos animais. Nessa relação, os pets não têm uma relação tão intensa na vida familiar.
Quanto maior essa proximidade, mais íntima ela fica, a ponto dos donos permitirem que os animais façam companhia na hora de dormir e de redobrar os cuidados com saúde e o conforto dos pets. Na maioria dos lares, 41% dos cães dormem em áreas externas e 23% dormem no mesmo quarto que os moradores da residência. No Rio de Janeiro esse percentual chega a 31% e em Porto Alegre 29% – entre os lares de classe A ele se eleva para 35%. Já os gatos têm maior prestígio e 34% deles partilham a cama com seus donos.
“Essa proximidade traz uma série de benefícios a todos os membros da família. Para as crianças e jovens, a companhia possibilita desde a redução de ansiedade até o desenvolvimento da linguagem e das habilidades motoras, inclusive para fins terapêuticos. Já no caso de pessoas adultas e idosos, além do bem estar psíquico proporcionado a elas pela presença de um animalzinho em seu cotidiano, os cuidados exigidos por eles estimulam os idosos a se exercitarem, melhorando também sua saúde física”, justifica Luccas.
São as crianças e jovens quem mais aprovam esta companhia: a pesquisa verificou a alta correlação entre o ciclo familiar e a presença de pets, sendo a relação com os filhos que determina a penetração de cães e gatos nos lares. Cerca de 40% dos lares com filhos jovens ou adolescentes possuem animais de companhia.
As pessoas realmente reconhecem o papel que os pets exercem no seu cotidiano. Nas casas onde não há animais de estimação, o que corresponde a 56% dos lares brasileiros, 38% afirmam que já tiveram um animal de estimação e, após sua morte, ainda não adquiriram outro. “Esse resultado também revela que a dor da perda representa o maior fator de dificuldade para se evitar uma nova tentativa”, conclui Luiz Luccas.
Fonte: Portal MS (acessado em 08/04/10)