A edição de 22/04/2010 do
“Jornal da Record”
As rações vendidas à granel, em sacos abertos ou outros recipientes que mantenham o produto em contato com o ar e que permitam seu manuseio podem ser facilmente contaminadas por fungos presentes no ambiente, como é o caso dos gêneros Penicillium spp., Aspergillus spp., Rhizopus spp. e Fusarium spp. Esses agentes colonizam a ração, especialmente quando a umidade e a temperatura são favoráveis, se multiplicam e produzem micotoxinas.
As micotoxinas, quando ingeridas pelo animal, causam intoxicação que pode variar de aguda a crônica, dependendo do tipo e dos níveis ingeridos, bem como da idade e outros fatores inerentes ao animal.
Os sinais clínicos podem se manifestar de várias maneiras, como diminuição do apetite, diarréia, vômitos e hemorragias, assim como hepatotoxicidade e nefrotoxicidade. As micotoxinas também possuem efeito carcinogênico.
Fungos de um mesmo gênero podem produzir diferentes micotoxinas, de acordo com o substrato encontrado. Dentre as várias micotoxinas conhecidas, as aflatoxinas e as ocratoxinas apresentam toxicidade. Elas são produzidas pelos gêneros Aspergillus spp. e Penicillium spp., frequentes nas rações animais.
Além do risco da contaminação causada pelos fungos, o contato com o ar e com a luz resulta ainda na perda de nutrientes da ração. A venda a granel ocasiona também a perda de controle sobre a data de validade do produto.
Dessa forma, recomenda-se que as rações sejam sempre comercializadas em suas embalagens originais, lacradas, livres do manuseio e do contato com o ar, distantes da umidade e poeira. Assim, será possível evitar contaminações por fungos, perda de nutrientes e manter o controle sobre os prazos de validade.