O comércio internacional da carne brasileira está na linha de frente das ações do governo brasileiro. Diante das recentes exigências dos EUA e da Rússia no setor de carne bovina, o Ministério de Agricultura montou um esquema tático com três frentes de ataque.
Em encontro em Buenos Aires, na Argentina, nessa segunda, dia 31, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, criticou as regras do comércio internacional de alimentos. “As questões de sanidade deveriam ter regras mais claras, que fossem seguidas por todos os países. A aplicação de embargos e de normas ao comércio está se transformando em uma coisa empírica, porque cada um faz a exigência que quer”, afirma. O ministro disse ainda que irá atuar na linha de frente das ações preparadas pelo ministério.
Um dos principais desafios assumidos pelo ministro é tentar reverter o embargo russo ao produto nacional. A viagem está acertada para a primeira quinzena de julho.
“Uma equipe técnica voltou recentemente da Rússia e a expectativa era mais produtiva, mas não se confirmou. Então, o que nós vamos fazer é ir a Bruxelas e Moscou. Nós temos uma visita marcada à UE (União Europeia) e Rússia sobre esse tema, e eu mesmo vou estar presente, além do secretário da área de sanidade”, diz.
Outra medida será o envio de uma missão técnica no próximo dia 7 para os EUA para avaliar restrições às exportações de carne do Brasil.
“As questões levantadas são mais de metodologia que de conteúdo. Mas é claro que temos de tratar esses assuntos com muito embasamento técnico porque os americanos estavam usando uma metodologia de análise que era aprovada para carne in natura e estão usando para carne processada. Então, nossos técnicos vão para lá para tentar compatibilizar essas normas”, explica.
O ministro também informou que nessa segunda, dia 31, uma missão técnica no Japão tentou avançar na liberação do comércio de carne suína para aquele país e que a expectativa é positiva.
Ao criticar a falta de regras transparentes no comércio internacional, Rossi chamou a atenção dos exportadores e avisou que o governo será mais exigente na cobrança das normas para as exportações.
Fonte: Canal Rural (acessado em 01/06/10)