Doar sangue é um gesto de solidariedade que pode salvar muitas vidas, e não são só os humanos que fazem sua parte para ajudar o próximo. A doação de sangue de cães e gatos é uma importante ferramenta no apoio ao tratamento de doenças que afetam os bichinhos, sobretudo as mais graves. A solidariedade de um dono pode transformar a angústia de outro na alegria de ver o animalzinho esbanjando disposição.
A dog alemão Kuska, de 10 anos, preenche os requisitos para ser doadora e ajuda cachorros que precisam de um simples gesto para ter a vida poupada. A última doação de sangue da cachorrinha foi há um mês. Pesando 60kg, Kuska facilita o processo de transfusão por ser muito calma.
“Ela já doou algumas vezes tranquilamente, é boazinha e não dá trabalho”, elogia o médico veterinário Paulo Tabanez.
A doação é necessária quando outro animal necessita de uma transfusão, o que ocorre quando há redução de células sanguíneas. As causas mais frequentes são hemorragia, complicações pós-cirúrgicas e, principalmente, anemia, cujos primeiros sintomas são mucosas pálidas e taquicardia.
Nos cães, a transfusão também é útil em casos de erlichiose, popularmente conhecida como doença do carrapato. Problemas como infecções, queimaduras e intoxicações (envenenamento, por exemplo) também podem requerer o procedimento.
Assim como os humanos, os bichinhos precisam preencher certos requisitos para doar sangue. Segundo Tabanez, o cachorro deve pesar mais de 30kg e estar em boa condição de saúde para ser doador. Além disso, deve ser vacinado contra doenças como a cinomose, a hepatite infecciosa, a leptospirose, a parvovirose, a coronavirose e a raiva. Já os gatos devem pesar mais de 5 kg e estar bem de saúde, sem histórico de doença grave, além de serem vacinados e desparasitados.
A coleta do sangue é realizada rapidamente, em menos de 20 minutos. Um cateter é introduzido numa das patinhas, para que os tranquilizantes sejam controlados, e o sangue é retirado da veia jugular, no pescoço. A compatibilidade dos tipos de sangue, de acordo com Tabanez, também é levada em consideração na hora da transfusão, embora o reconhecimento do tipo sanguíneo em animais seja feito em um processo diferente.
“Existem kits que auxiliam na análise do material, mas ainda usamos a microscopia óptica”, explica.
Segundo o veterinário, a urgência da transfusão depende do grau de necessidade do animal enfermo.
“Em casos de doenças crônicas, eles geralmente conseguem esperar mais, mas quando a falta de sangue é aguda, a demora pode ser letal”, afirma Tabanez.
A quantidade de sangue coletada para uma transfusão varia de acordo com o peso do doador, e ele não corre riscos. Em cães com o peso ideal, geralmente são coletados cerca de 450 ml de sangue e, em gatos, até 50 ml.
Os bancos, na maioria das regiões, funcionam da seguinte forma: os donos interessados cadastram os animais e os bichos que atendem aos pré-requisitos são selecionados e passam por exames para confirmar se são aptos. Depois, o sangue é colhido e armazenado, para que os pacientes tenham acesso rapidamente quando precisarem.
Casos para transfusão
* Anemia
* Erlichiose (doença do carrapato)
* Verminose
* Hemorragia
* Complicações pós-cirúrgicas
* Infecção
* Queimadura
* Intoxicação
Requisitos para ser um doador
* Estar bem de saúde
* Ter pelo menos três meses de intervalo da última doação
* Ser dócil
* Não ter histórico de doença grave
* Cães devem pesar mais de 30kg e serem vacinados contra cinomose, hepatite infecciosa, leptospirose, parvovirose, coronavirose e raiva
* Gatos devem pesar mais de 5kg, serem vacinados e desparasitados
Fonte: Click RBS (acessado em 02/06/10)