Ao contrário do que muitos pensam, os gatos não são seres egoístas e interesseiros, amigos somente da casa e alheios ao dono. Para quem se dá ao prazer de conviver com um deles, descobre um bichinho altamente sensível, carinhoso e amigo.
A médica veterinária Ticiana Franco Pereira da Silva, considera que ainda há muito preconceito contra os gatos. Porém, afirma que o comportamento felino dependerá de como ele será criado. Uma combinação adequada entre ambiente, alimentação e cuidados básicos com a saúde, com certeza, vai garantir um animal feliz e um dono mais feliz ainda.
Ela diz ser preciso entender a natureza dos felinos. São animais que precisam de espaço, mas convivem bem em apartamentos pequenos desde que encontre uma organização espacial adequada às suas necessidades, tais como caixas para defecar e urinar com areia própria para os resíduos, ração de qualidade e vasilhas com água limpa distribuídas em pontos estratégicos da casa.
Além disso, ela destaca que um gato feliz mora numa casa com enriquecimento ambiental, ou seja, objetos que estimulam movimentos próprios da espécie tais como bolas, troncos cobertos com cordas, armários altos, papelões. O felino obedece a um “ritual de passagem” como estratégia de demarcar território, seja macho ou fêmea. Escolhe locais na casa para, ao passar, arranhar. Se não houver arranhadores próprios, vai fazer o gesto em sofás, cadeiras e desagradar muito o dono.
Atenção a objetos pequenos ou que possam soltar linhas ou fios. O gato pode engoli-los e o objeto estranho vir a necrosar no organismo, só sendo retirado com cirurgia. Outro cuidado importante: apartamentos devem ter telas ou redes de proteção. Alguns felinos passam pela Síndrome do Gato Paraquedista, sofrendo traumatismos por quedas de alturas muito elevadas.
A médica veterinária faz outro alerta importante: o controle populacional desses animais. A fêmea entra no cio a cada 21 dias, podendo chegar a até a cada 18 dias. Muita luminosidade, seja natural ou artificial, favorece o período. A ovulação acontece, geralmente, após a cobertura pelo macho. Ticiana recomenda manter a reprodução somente de felinos raça pura, para uma criação responsável dos filhotes. Do contrário, a castração é a medida mais correta.
Fonte: Diário do Nordeste (acessado em 11/06/10)