Aparecimento de mormo prejudica exportação de cavalos do Brasil

O aparecimento de mormo nos cavalos do Brasil tem preocupado as autoridades em saúde e quem depende desse segmento do agronegócio. Os impactos vão desde o cancelamento de eventos até entraves nas exportações. O país tem o quarto maior rebanho equino do mundo.

O Brasil é um dos poucos países da lista da Organização Internacional de Saúde Animal em que há registros de mormo. Nas regiões Norte e Nordeste, é fácil encontrar animais com a doença. Porém, no Centro-Sul, os registros preocupam.

Em 2008, um cavalo teve a doença em São Paulo, na época de um dos principais eventos hípicos do mundo: o campeonato de salto Athina Onassis. A notificação chamou atenção das autoridades sanitárias internacionais. Este ano, o sinal de alerta voltou a ser emitido. Dessa vez, no Distrito Federal, onde uma égua foi sacrificada e outros dois animais estão com suspeitas de mormo.

Os cavalos, da Hípica de Brasília, apresentaram positivo em um teste de rotina. Mesmo sem sintomas, que são secreção nasal inflamada, febre e debilidade dos membros, eles foram isolados em uma fazenda. Um segundo exame deveria ter sido feito, mas a maleína, que é a substância utilizada, acabou. O que resta no Ministério da Agricultura está vencido. Importado da Romênia, o produto deve chegar só no mês que vem.

”Como vem de um país do leste europeu, que atende não só ao Brasil como a outros países, você tem que respeitar um calendário estabelecido por eles. Já providenciamos a substância utilizada para o teste”, diz o coordenador de Combate a Doenças do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques.

A Secretaria de Agricultura do Distrito Federal intensificou o controle na região. “Estamos realizando um trabalho estatístico nas populações de animais de tração, de haras, sociedades hípicas e regimentos militares, e de animais de trabalho. De posse desses dados, vamos saber onde tem mormo”, afirma o diretor de Defesa e Vigilância Sanitária da Secretaria, Lucílio Ribeiro.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Josélio Moura, na década de 60, todos os veterinários do país atuavam no serviço público de fiscalização. Atualmente, são apenas 7%. A escassez de recursos para defesa sanitária e a falta de laboratórios credenciados impedem um controle maior das zoonoses.

”O Brasil deveria ter não somente o laboratório central de Pedro Leopoldo como laboratório de referência, mas uma rede laboratorial em todas as unidades federativas que pudesse dar um diagnóstico preciso, seguro e rápido para atender a essas demandas”, defende Moura.

O agronegócio cavalo gera mais de três milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil. O faturamento superou os R$ 7 bilhões em 2009. A precariedade do sistema de vigilância compromete a economia.

”Há toda uma receita de turismo que sairia prejudicada. Fora o próprio comércio que se estabelece no momento da competição. Muitas vezes, há interesse na compra dos cavalos que são apresentados”, conta o presidente da Federação Hípica de Brasília, Luiz Filipe Coelho.

O Ministério da Agricultura informou que o teste de maleína está sendo desenvolvido no laboratório central de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais. Tão logo esteja em condições de ser utilizado, o Brasil deixará de importar o produto.

Fonte: Canal Rural (acessado em 17/06/10)

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