A relação entre ciência e ética envolve uma linha muito tênue, que inclui conflitos de interesses de diversas ordens e contextos. Essa foi uma das constatações dos palestrantes que participaram do fórum “Ética na Ciência”, no 15º Congresso da Sociedade Brasileira de Biologia Celular, realizado de 24 a 27 de julho, em São Paulo.
Os palestrantes abordaram também a importância do sistema de avaliação pelos pares na análise de projetos de pesquisa e na publicação de artigos, além da utilização de animais em pesquisa e no ensino no Brasil.
Apesar do aumento na quantidade e na qualidade da pesquisa feita no Brasil, não se sabe quantos animais são criados e usados para ensino e pesquisa no País.
“Também desconhecemos quais espécies são utilizadas, em que condições e quais tipos de procedimentos. Além disso, não sabemos quais áreas do conhecimento estão usando mais ao longo do tempo e com quais finalidades”, disse o professor do Departamento de Farmacologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e membro do Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (Concea), Rafael Roesler.
Roesler apresentou um panorama da situação do Concea, órgão criado em 2009, após a aprovação em outubro de 2008 da Lei Arouca, cuja função é regulamentar o uso de animais para pesquisa e ensino.
Segundo ele, o órgão não é fiscalizador nem punitivo. “Não vamos fazer auditorias nem diligências. Compete ao Conselho formular diretrizes, cadastrar e credenciar instituições que utilizam animais para ensino e pesquisa”, disse.
Fonte: Estadão (acessado em 28/07/10)