Demanda interna e mercado externo estão puxando os preços das carnes. Internamente, o aumento de renda é um dos principais fatores dessa sustentação. A renda cresce principalmente nas classes de menor poder.
A avaliação é do analista da AgraFNP José Vicente Ferraz. Além da renda, ele atribui motivos específicos para a alta de cada tipo de carne. No caso da bovina, há redução na oferta de gado. A queda de oferta vem tanto do gado confinado como do de pasto. O clima desfavorável de junho e de julho fez com que os pecuaristas elevassem a desova de animais naqueles meses. O resultado é uma oferta menor agora.
A arroba de boi está em R$ 80 em São Paulo e a tendência é de alta. A própria elevação nas últimas semanas faz com que o pecuarista reduza a oferta, à espera de melhores preços. O analista não acredita, no entanto, em explosão de preços na carne bovina. “O frango, mais barato, serve de freio para o boi”, diz ele.
Já a alta da carne suína é apenas uma recuperação de preços, que estavam deprimidos. O setor aproveita o período de frio, quando o consumo aumenta, para fazer esse ajuste.
O frango mantém certo equilíbrio na oferta porque é um mercado de ciclo curto e ajustado. Em geral, o setor consegue administrar bem o ritmo de oferta. O fator negativo passa a ser o preço do milho, que, devido a pressões externas, pode encarecer os custos de produção.
Fonte: Agronotícias (acessado em 11/08/10)