Em grandes cidades, onde os apartamentos acabam sendo a principal forma de moradia, nem sempre é fácil criar um animal de estimação. Os cachorros, na maioria das vezes, necessitam de mais espaço para gastar energia. Por isso, os gatos acabam sendo excelentes opções de pets.
Estima-se que existam 16 milhões de bichanos no País e parte dessa popularidade acontece devido à adaptabilidade dos animais para viver em ambientes reduzidos. A veterinária especialista em felinos Alessandra Amarante, explica que não existe uma raça específica para viver em apartamento. Para os gatos, o mais importante é a forma como são tratados.
A médica destaca que a alimentação dos animais deve ser diferenciada, bem como o enriquecimento do ambiente com brinquedos para que o gato não fique entediado. “O fato dos felinos morarem em um apartamento não é fator determinante para ficarem obesos e sim a falta de atividade física, o excesso de comida e o fornecimento de alimentos inadequados para a espécie”.
Outra preocupação que os donos devem ter é quanto a determinados comportamentos compulsivos provenientes do estresse. Alessandra explica que para os gatos, um simples fato como a presença de um móvel novo na casa ou a mudança de seu lugar de dormir pode deixá-lo deslocado em sua própria casa e desencadear um processo patológico no bichano.
Segurança e bem-estar
Os gatos são caçadores natos e não dispensam um novo desafio. O problema é que, em apartamentos, os bichanos podem acabar sofrendo graves acidentes caso pulem da janela. Nesse sentido, Alessandra chama atenção para a importância das telas. “O gato está atento a todos os movimentos ao seu redor. Quando ele vê algo se mexendo ele não pensa duas vezes e pula na direção do objeto. Não se preocupa se está no primeiro ou no vigésimo andar”.
Outra dúvida muito comum é sobre criar ou não mais de um bichano. Os gatos costumam desenvolver personalidade própria e podem não gostar de companhia. Outros, por sua vez, se sentem solitários. Nesses casos, a veterinária explica que os donos devem reparar no comportamento do animal. Caso ele esteja feliz, é preciso respeitar seu espaço.
Em apartamentos com mais de um gato, a atenção quanto à alimentação deve ser redobrada. “Em casas com muitos animais, a obesidade pode ser um problema. Um gato pode comer sua própria comida e a dos outros, favorecendo um ganho de peso e limitando a alimentação dos demais”.
A veterinária reforça a importância da vacinação e vermifugação, mesmo para gatos que nunca saem de casa. Há doenças que são facilmente transmitidas e o contato com pessoas que tenham um felino doente pode ser perigoso para o gatinho. Outro fator muito importante é a possibilidade de uma urgência médica em que o felino precise ser encaminhado a uma clínica veterinária. “Se este animal não estiver com as vacinas em dia, ele estará susceptível a diversas doenças, como acontece em hospitais para humanos”.
Fonte: Pet Mag (acessado em 21/09/10)