Pesquisadores e empresas estão defendendo, no Brasil, a criação de um centro para métodos que substituam os testes em animais, semelhante ao que já existe na Europa, no Japão e nos Estados Unidos. Atualmente, não há nenhum instituto do tipo na América do Sul.
O centro testaria e validaria os métodos alternativos, como a cultura de células, para que pudessem ser colocados em prática pelos laboratórios. Os cientistas ressaltam que a União Europeia tem limitado o uso de cobaias, portanto, o Brasil terá de se adequar se quiser atender a esse mercado.
A professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara Ana Marisa Fusco Almeida, diz que o centro precisa contar com integrantes das universidades, da indústria, dos laboratórios e dos órgãos reguladores. “Não adianta ter o método alternativo se o órgão não aprovar o seu uso”, afirma.
Os cosméticos prontos, por exemplo, são testados diretamente em humanos. A questão são os novos ingredientes, fundamentais para movimentar o mercado, que precisam ter sua segurança garantida, ou seja, é necessário checar se são tóxicos.
O presidente da Associação Brasileira de Cosmetologia, Alberto Keidi Kurebayashi, é favorável à criação de um centro. “Existe a necessidade de estarmos em sintonia com o que acontece lá fora.”
Na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, existe há 29 anos o Centro de Alternativas aos Testes Animais. Ele funciona com patrocínio de empresas. O diretor, Thomas Hartung, avalia que ainda não é possível substituir completamente os animais, mas é viável usá-los cada vez menos.
Fonte: Estadão (acessado em 15/10/10)