Quando alguém adquire um pet, a ideia é ficar com ele até o final da vida. Contudo, problemas de saúde do dono ou a mudança de casa para um lugar menor podem alterar esse compromisso.
Para a médica veterinária Isabella Vincoletto, nesses casos, o dono deve buscar um lar que melhor atenda às necessidades do bichinho e conhecer muito bem os novos proprietários. “A mudança exigirá alguns cuidados para a escolha da pessoa predisposta a adotar o animal e deve prever que o pet precisa de um tempo de adaptação, já que todas as demarcações de território, cheiros, espaço e sons são perdidos”.
Antes de doar
Para que o pet continue sendo bem tratado e receba o carinho de uma nova família, é importante considerar quem é o adotante e quais condições ele tem para criar o pet.
Espalhar pela vizinhança a necessidade de doação é uma boa alternativa para conseguir um vizinho que já tenha simpatia pelo animal. Caso não tenha referências do potencial novo dono, uma visita para conhecer o lar do pet é essencial. Dessa forma, será possível avaliar as condições de higiene e o propósito do adotante.
Doar um animal já castrado pode evitar que comerciantes utilizem o pet apenas para a reprodução, descartando-o quando alcançam a meia-vida. Também é importante ter em mente que um animal que tenha convivido em ambiente familiar e é doado para guarda de uma empresa, por exemplo, pode sofrer muito com o afastamento das pessoas.
Adaptação coletiva
Isabella explica que o novo dono também terá que passar por um processo de adaptação. “Caberá a ele reeducar o pet, com um trabalho de ensinamento similar ao realizado quando o animal era filhote, como o de fazer xixi no lugar correto”.
O novo proprietário deverá assumir um papel de líder para conduzir o animal para essa nova situação, evitando que consequências como estresse ou desobediência sejam desencadeadas. “O pet vê o dono como líder da matilha, por isso é importante que o novo dono assuma o comando da situação”, orienta a veterinária.
Quando a adoção do pet for feita por alguém que já possua outros animais de estimação, a dica da veterinária é fazer a apresentação dos bichinhos de forma gradativa, podendo, para isso, serem utilizadas grades ou caixas de contenção, no caso de gatos.
Cães de guarda também têm a capacidade de se acostumar a novos donos. Nesses casos, além do caráter de liderança frente ao pet, o que deixará o animal mais calmo, é importante trabalhar a obediência com comandos básicos, como “senta” ou “deita”. “O animal passa a criar confiança na pessoa que está no comando, realizando a ação de guarda apenas quando necessária”, diz Vincoletto.
Mesmo com todos esses cuidados, é bom saber que adquirir um pet exige responsabilidade. Além dos laços afetivos que serão criados com a convivência, o animal é carente de atenção e requer cuidados até o final da vida. Assumir esse compromisso implica admitir a existência de uma relação de dependência do pet com o dono e ele deve contribuir sempre com o bem-estar do animal.
Fonte: Pet Mag (acessado em 22/10/10)