A situação de vulnerabilidade do Brasil devido à pequena diversidade de cultivares de gramíneas para pastagens e a busca de produtos mais aptos a situações específicas, para manejo intensivo de pastagens, para integração lavoura-pecuária, para secas e encharcamento, são alguns dos problemas técnicos da pecuária brasileira. Para encaminhar soluções a essas questões, a Embrapa Pecuária Sudeste realizará a oficina de trabalho “Construção de tipos ideais de gramíneas para usos diversos”, em Campinas (SP), de 8 a 10 de novembro.
“É muito pequeno o número de cultivares utilizadas pela pecuária brasileira. Surge, então, a nossa preocupação em diversificar e aumentar as opções, pois no momento estamos numa situação de vulnerabilidade genética que traz riscos”, diz o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste e um dos coordenadores do evento, Francisco Dübbern de Souza.
De acordo com a coordenadora da oficina e pesquisadora da Embrapa Sudeste Pecuária, Alessandra Pereira Fávero, começam a surgir alguns problemas, de maneira crescente, entre as cultivares atualmente usadas, como ataque de pragas e doenças. “O País precisa de cultivares específicos para algumas práticas, como integração lavoura-pecuária, manejo intensivo de pastagens, produção de sementes, tolerância à seca, ao frio e ao encharcamento, adaptação a solos de baixa fertilidade, entre outros”.
Outro fenômeno que acontece no Brasil e que vai exigir novas cultivares com propósitos específicos, é o crescente interesse por gramíneas para usos alternativos, como fonte de energia limpa, produção de palha em sistemas de plantio direto, forração para superfícies de solo, cobertura para manutenção e segurança de encostas etc.
O público alvo do evento são pesquisadores, professores, empresários, produtores e profissionais do setor, de áreas diversas como recursos genéticos, melhoramento e biotecnologia vegetal, tecnologia de sementes, entomologia, fertilidade do solo, forrageiras e pastagens e produção animal.
A oficina de trabalho levará à identificação dos tipos ideais de gramíneas, que vai dar base a novos trabalhos de pesquisa da Embrapa, que contemplem as mais recentes necessidades da pecuária.
Participarão, como palestrantes e debatedores, pesquisadores do Instituto de Zootecnia da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal da Grande Dourados (MS) e de onze unidades da Embrapa (Acre, Amazônia Oriental, Caprinos e Ovinos, Cerrados, Clima Temperado, Gado de Corte, Gado de Leite, Milho e Sorgo, Pecuária Sudeste, Pecuária Sul e Recursos Genéticos e Biotecnologia).
Fonte: Embrapa Sudeste (acessado em 05/11/10)