A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) enfatiza que não há casos de vaca louca no País e dificilmente a doença será detectada, tendo em vista o rigoroso padrão adotado na produção nacional. O presidente da entidade, Antonio Jorge Camardelli, comentou a notícia de que em Campinas (SP) um caso está sendo investigado por suspeita de Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), cuja causa provável é a ingestão de carne contaminada pela encefalopatia espongiforme bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da Vaca Louca.
“O Brasil nunca teve e dificilmente terá casos de vaca louca. Existe um controle extremamente rígido tanto na produção de carne quanto no risco e diagnóstico da doença. Essa é uma citação pontual e ainda precipitada, pois é uma notificação de suspeita e investigações ainda estão sendo feitas. De qualquer forma, temos segurança de que essa notícia não tem nada a ver com o sistema de produção de carnes e, portanto, nada afeta na indústria”, afirma o executivo.
A Vigilância em Saúde Municipal de Campinas informou, por meio de nota oficial, que foi notificada na sexta-feira (12) sobre o caso, tratado com sigilo, e que não há transmissão da doença no Brasil. O paciente internado é médico e, segundo informações extraoficiais, esteve na Europa. O Hospital Beneficência Portuguesa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a doença neurológica não está confirmada e que o caso está sendo investigado.
Camardelli ainda ressaltou que o governo brasileiro tem um sistema de fiscalização “profissional e estruturado” para evitar o surgimento da doença no País. A inserção de ração para bovinos com ingredientes de origem animal, principal fonte de transmissão da EBB, conhecida mundialmente como a doença da vaca louca, é proibida pela Instrução Normativa nº 08/2004, do Ministério, e pela Lei Estadual nº 3.823/09 e desde 2006 o ministério proibiu o uso da proteína e da farinha de carne e ossos proveniente de ruminantes na alimentação desses animais como forma de evitar a doença.
“Nos frigoríficos com inspeção federal e que são associados à Abiec, existe a obrigatoriedade da destruição de material de risco. A destruição é controlada, pois deve seguir regras do trinômio temperatura, tempo e pressão”, explica o presidente da entidade.
Fonte: O Estado de São Paulo (acessado em 19/11/10)