Quem quer ter um animal de estimação muitas vezes não se lembra de um pequeno detalhe: o que fazer com ele quando for viajar? Com o final do ano se aproximando, donos desesperados procuram soluções para as férias de seus bichos. Mas a falta de cuidado ao escolher o que fazer com o animal pode gerar sérios problemas. Existem algumas opções para os viajantes, cada uma com vantagens e desvantagens. Veja abaixo dicas para garantir a segurança de seu pet nas férias e não passar a viagem se preocupando com ele.
No hotel para animais
Cada vez mais pessoas recorrem aos famosos “hoteizinhos” para deixar seus pets quando viajam. Geralmente, esses locais são dos mesmos proprietários de clínicas veterinárias, pet shops ou canis, e têm experiência com cães e gatos. Mas como o ramo pet tem crescido muito, nem sempre o estabelecimento é preparado para a importante missão a que se presta. O estudante Bruno Cirillo sabe bem disso. Há alguns anos, sua família deixou o poodle Doug em um hotel do bairro para viajar. Quando voltaram, foram informados pela dona do hotel de que o animal havia fugido. “O pior é que não sabemos se a fuga foi mesmo de verdade”, diz Bruno. Até hoje, a família suspeita que o animal tenha morrido e a dona do estabelecimento não quis assumir a responsabilidade.
Para evitar que isso ocorra com o seu animal, é importante verificar se o estabelecimento possui registro no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) e um médico veterinário responsável técnico pelo local. O registro pode ser consultado no site do Conselho: www.crmvsp.org.br.
“É interessante também fazer uma visita para conhecer as instalações, o espaço destinado aos animais no canil, o piso utilizado no canil, e a existência de solário e áreas para passeio”, afirma o presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP, Dr. Márcio Rangel de Melo.
Cuidados prévios com a saúde de seu pet são importantes. “O animal deve ser vacinado contra raiva, cinomose, hepatite, parvovirose, leptospirose, parainfluenza e coronavirose. Além disso, precisa passar por um controle de parasitas e ser avaliado por um médico veterinário”, diz Márcio. “Animais doentes não devem ficar em hotéis, mas sim, em clínicas ou hospitais veterinários”, afirma o veterinário.
Na casa da mãe, um clássico
Deixar os cães ou gatos na casa dos familiares ou amigos é bastante comum e costuma render bons resultados. Normalmente, essas pessoas já conhecem o animal e cuidarão bem dele. Além disso, o serviço é de graça, o que vem a calhar no final do ano.
Mas alguns cuidados devem ser tomados para evitar acidentes e dores de cabeça. A alimentação do pet deve continuar a mesma, para ele não passar mal. Por isso, leve para a casa da pessoa a ração que você costuma comprar, explique a quantidade que o bicho come, e em que intervalo de horas. Se o cão ou gato não está habituado a comer outros alimentos além da ração, deixe isso muito claro. As mães e avós em especial adoram dar pequenos “petiscos” para os pets, como comida tradicional e salgadinhos. Muitas vezes, o resultado é uma tremenda dor de barriga.
As fugas são infelizmente outro fator recorrente nesse tipo de hospedagem. Quando o pet chega à casa nova, é normal que ele queira explorá-la. Mas portas mal fechadas, furos na cerca ou janelas abertas podem resultar em animais desaparecidos. Para que isso não aconteça, antes de deixar o pet no local, observe com cuidado por onde ele pode fugir e tome medidas de contenção, como a instalação de portas para animais. Identificá-lo com uma plaquinha é sempre importante.
Em casa, uma opção delicada
Se o pet for um peixe ou hamster, deixá-lo sozinho em casa pode ser uma boa ideia. Mas cães e gatos não costumam reagir bem à solidão. Além disso, a técnica de colocar um monte de comida na vasilha da ração é furada, pois eles comerão tudo em dez minutos e depois passarão mal. Fora o aspecto nutricional, esses animais muitas vezes precisam de companhia, e ficam tristes ou até mesmo doentes quando deixados pra trás. Casos de fugas não são raros nessas condições.
Por isso, se quiser ou precisar deixar um cão ou gato em casa, o melhor a fazer é conseguir uma companhia humana para ele. Pode ser um amigo que goste de animais, um parente ou mesmo alguém pago para isso. O importante é que a pessoa cuide com carinho do pet e saiba resolver eventuais problemas.
Fonte: Época São Paulo (acessado em 09/12/10)