Unimar utiliza clonagem para acelerar melhoramento genético

Para compensar o investimento realizado, um animal clonado deve ser excepcional e estratégico no programa de seleção e melhoramento genético de uma fazenda. Na Fazenda Água Limpa, em Marília (SP), que pertence à Universidade de Marília (Unimar), de um plantel de dois mil animais da raça nelore, a escolhida para ser clonada foi a vaca Essência.

O trabalho de coleta de material começou em 2009 e, em meados de 2010, nasceram quatro clones, hoje com idades entre dois e seis meses. “A Essência foi Grande Campeã Nacional da Expozebu em 2001. Sem dúvida, é a melhor doadora do plantel, tanto que já produziu duas grandes campeãs”, justifica o reitor da universidade, Márcio Mesquita Serva.

A clonagem da vaca Essência foi a primeira experiência da universidade com a tecnologia. “Decidimos cloná-la porque se trata de um animal altamente valorizado, mas que já tem dez anos de idade (uma doadora da raça nelore produz até os 15 anos, em média). Queríamos preservar a genética da doadora”, explica Serva.

Para se ter ideia do valor da fêmea, algumas de suas filhas já foram comercializadas a valores superiores a R$ 1 milhão. “A clonagem não é um investimento barato, mas se o animal for diferenciado o criador agrega valor”, explica o reitor.

Serva diz que os clones de Essência estão sendo monitorados para que suas características reprodutivas sejam comparadas as de outros animais. “O monitoramento serve também para sabermos se as cópias são tão boas quanto a original”, afirma.

Custos

O primeiro clone custa em torno de R$ 50 mil, segundo cálculos do pecuarista Jonas Barcellos Corrêa Filho, que seleciona gado nelore há 40 anos em São Paulo e Minas. Barcellos tem plantel de 60 mil cabeças e diz que a clonagem é uma forma eficiente de acelerar o melhoramento genético de um rebanho.

“Já usei inseminação artificial, transferência de embriões, fertilização in vitro (FIV), sêmen sexado. Há três anos estou fazendo clonagem. Se tenho um animal diferenciado, por que não ter outros com essa mesma carga genética diferenciada?”, questiona ele. Até agora, o plantel de Barcellos tem sete clones com idades variadas obtidos de três fêmeas premiadas. “Quero, com a clonagem, multiplicar as qualidades dessas fêmeas”, diz o pecuarista.

Ele explica que, contando os nove meses de gestação, a entrega do clone ao criador leva de um ano e meio a dois anos. “O clone é entregue com pelo menos 60 dias de vida, quando já está estável.” Para Barcellos, o investimento não é tão alto comparado ao retorno que a clonagem pode dar. “Se o animal vale R$ 1 milhão, R$ 50 mil pode até ser considerado barato”, afirma.

Fonte: Estadão(acessado em 05/01/11)

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