Rebanho brasileiro de ovinos cresce, mas ainda é insuficiente

Um dos principais desafios dos criadores de ovinos no Brasil é aumentar o plantel para elevar a oferta de carne. Atualmente, o rebanho brasileiro é de 16,4 milhões e o País detém ainda menos de 1% da produção mundial de carne ovina, com abate médio anual de 970 mil cabeças.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Paulo Afonso Schwab, o crescimento do plantel também é importante para diminuir o índice de abate clandestino. De acordo com ele, esse índice ultrapassa a metade da produção nacional, que é de 80 mil toneladas de carne.

“O rebanho precisa aumentar, mas o setor também tem que se formalizar para garantir uma carne qualidade”, diz Schwab. Segundo dados do IBGE, o Nordeste detém a maior parte do rebanho ovino brasileiro, 56,4%. Em seguida, está o Sul, com 29,1%. O Sudeste ocupa a quarta posição, com 4,6% do rebanho nacional.

Consumo

De acordo com a Arco, o consumo de carne ovina no Brasil é de 400 gramas/habitante/ano. Para um consumo de 2,5 quilos/habitante/ano, seria necessário um plantel de 50 milhões de animais. Para se ter ideia, em grandes países produtores, como a Nova Zelândia, são consumidos 30 quilos/habitante/ano.

“Existem no País, hoje, 28 raças adaptadas e a genética disponível aos criadores pode ser considerada de ponta”, garante Schwab. Segundo ele, os criadores brasileiros já fazem, por exemplo, inseminação artificial, transferência de embriões e fertilização in vitro (FIV).

“O Brasil apresenta grande possibilidade de crescimento nesse segmento, assim como a região Sudeste”, afirma o zootecnista e diretor técnico da Associação Paulista de Criadores de Ovinos (Aspaco), Márcio Armando Gomes de Oliveira. Segundo ele, o rebanho paulista atual é de 470 mil cabeças.

Em crescimento

“De 1985 para 2006, o plantel paulista aumentou 100%.” A produção de carne de cordeiro no Estado de São Paulo, estima o ovinocultor Valdomiro Poliselli Júnior, cresceu 83% nos últimos três anos. “Uma das vantagens da atividade é o retorno em quilos de carne por hectare, em um relativamente curto espaço de tempo”, justifica ele.

“Em um mesmo hectare, pode-se produzir, por ano, em torno de 500 quilos de cordeiro. De dois anos para cá, as churrascarias já aumentaram as vendas deste tipo de carne em 60%”, afirma o produtor.

Reprodutores já têm alto padrão de qualidade

Um reprodutor custa em torno de R$ 3 mil, de acordo com o responsável de vendas de uma empresa de Jarinu (SP), Lucas Heymeyer. A empresa comercializa reprodutores de genética diferenciada. “Os primeiros embriões foram trazidos da África do Sul e hoje temos 2.750 nascimentos de animais puros. O consumidor não come mais carneiro velho e o produtor sabe disso, tanto que investe forte em genética e em nutrição”, diz Heymeyer. Ele calcula que, para atender ao mercado de São Paulo, seria necessário um rebanho três vezes maior do que o de todo o Sudeste.

O criador que preside o Núcleo Sul-Paulista de Ovinocultores, em Itapetininga (SP), Gian Carlo Cilento Filho, conta que o grupo fez uma parceria com um frigorífico de Boituva. O núcleo reúne 15 produtores da região e soma 2.500 matrizes. “Como temos poucos animais, a união em um núcleo facilitou a negociação com a indústria.” Hoje o produtor está recebendo R$ 13 pelo quilo da carcaça, preço considerado ótimo. “Nosso compromisso é entregar um animal com, no máximo, seis meses de idade e com 35 a 40 quilos de peso vivo”, finaliza.

Fonte: O Estado de São Paulo (acessado em 19/01/11)

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