Estudo verifica método de levantamento da avifauna urbana

Um projeto realizado na Escola Superior de Agricultura Luis de Queiros (Esalq) da USP, em Piracicaba, e financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) comprovou a aplicabilidade do método de ponto fixo, um dos mais utilizados em levantamento de aves, para avifauna em regiões urbanas. “O estudo comprovou que o método de ponto fixo realmente pode ser aplicado na cidade, desde que o pesquisador esteja altamente preparado para a função. Também demonstrou que dependendo do local a ser pesquisado dentro da cidade o número de aves pode ser diferente, evidenciando a necessidade de direcionar esforços de acordo com a variação na quantidade de materiais urbanos encontrados em diferentes pontos”, avalia o biólogo da Esalq, Eduardo Roberto Alexandrino.

O estudo foi feito com apoio do Laboratório de Silvicultura Urbana do Centro de Métodos Quantitativos (CMQ), do Departamento de Ciências Florestais da Esalq. A pesquisa revelou que a reunião de um número maior de espécies de aves pode ser favorecida pela presença de cobertura arbórea, enquanto áreas construídas e pisos impermeáveis podem prejudicar o número de espécies. Do mesmo modo, o ruído sonoro urbano também pode atrapalhar na identificação e contagem de aves. Também se observou que o número de espécies novas não se altera após o nono minuto de levantamento no ponto.

A incidência de comunidades de aves em determinados locais serve como uma importante ferramenta de diagnóstico para diversos estudos ambientais. Por meio da medição desta incidência é possível reconhecer distúrbios ambientais e identificar interações positivas entre os animais da região, além de mensurar a biodiversidade existente. “Entretanto, os métodos de coleta destas informações, até então, nunca haviam sido testados para o ambiente urbano, colocando em risco a confiabilidade dos dados que são levantados sobre a comunidade de aves encontradas na cidade”, comenta Alexandrino.

A partir disso, sob orientação do professor Hilton Thadeu Zarate do Couto, do Departamento de Ciências Florestais (LCF) da Esalq, o biólogo desenvolveu um estudo capaz de avaliar a aplicabilidade do método de ponto fixo em uma região e avifauna urbanas.

Metodologia

O pesquisador analisou três fatores que podem comprometer a qualidade na coleta de dados: o habitat onde o levantamento é realizado, observando a composição dos elementos urbanos existentes na cidade, edificações, quantidade de ruas, arborização; o intervalo de tempo adotado em cada ponto fixo para a coleta de dados; os aspectos potencialmente prejudiciais à observação de aves, tais como o ruído sonoro urbano e a presença de conversas causadas por pessoas curiosas.

No total, foram observadas 106 espécies de aves, desde as mais comuns no ambiente urbano, como pombos, pardais, bem-te-vis, e sanhaços, até as mais sensíveis à urbanização, como arapaçu-do-cerrado, choca-da-mata, e espécies migratórias, como o falcão-peregrino.

A pesquisa foi realizada na região central de Piracicaba, a partir de 90 pontos fixos espalhados pelos bairros São Judas, São Dimas, Clube de Campo, Cidade Jardim, Centro, Cidade Alta e Parque Rua do Porto, Higenópolis, Vila Rezende, Nova Piracicaba, Nho-Quim, Monumento, Paulista, Paulicéia e Castelinho.

Em cada ponto fixo, foram realizadas seis visitas ao longo de um ano de trabalho de campo. Para cada visita, Alexandrino identificou as aves e contou-as por 12 minutos contínuos. Nestes mesmos pontos foram levantados também os elementos urbanos presentes, como porcentagem de piso impermeável, de área construída, de cobertura arbórea, de gramado, a quantidade de ruído sonoro existente e a incidência de pessoas curiosas que poderiam atrapalhar o observador de aves durante as contagens.

O biólogo espera que os resultados possam servir de base para o planejamento e execução de demais levantamentos de aves a serem realizados em outras cidades, visando o aumento da confiabilidade dos dados coletados e a otimização dos recursos financeiros destinados a tais estudos.

Fonte: Agência USP de Notícias (acessado em 02/02/11)

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