Com o bom momento da economia brasileira, o empreendedorismo torna-se bastante propício na pecuária. O mercado consumidor aquecido gera grande demanda pelos mais diversos tipos de produtos, incluindo os alimentícios, sejam eles provenientes do corte ou derivados. Para pequenos investidores, iniciantes ou não, a caprinocultura é uma atividade bem atrativa, muito por se tratar de um empreendimento de baixo risco.
De acordo com o pesquisador de melhoramento animal da Embrapa Octávio Morais, a criação de caprinos leiteiros é menos complexa, já que na atividade de corte o lucro é mais garantido com grandes rebanhos.
“Para o produtor iniciante, não é recomendado mais que dez animais. Há a opção da criação em pasto ou em estábulo. O rebanho ao ar livre é mais barato, mas o bicho pode apresentar problemas devido a uma dieta não balanceada, já que o animal tem que buscar o próprio alimento, e possíveis ferimentos nas tetas, o que dificilmente acontece no regime estabulado, quando o caprino tem sete anos de vida útil, em média”, afirma o especialista.
Morais explica que o primeiro passo é a busca por informações. “É importante conhecer a atividade, estudar, se orientar. A partir daí, os potenciais investidores vão ser orientados para o preparo da área de produção. Uma criação só pode ser iniciada quando houver disponibilidade de alimentos para animais, como capim, feno, ração concentrada, além de bastante água”, diz.
Sobre as raças, as europeias têm como vantagem a maior capacidade produtiva. Mas há, em compensação, a dificuldade com o clima brasileiro. “Os caprinos europeus dependem de uma adaptação maior, por isso o cruzamento genético com as cabras brasileiras é uma ótima alternativa”, sugere o pesquisador.
Segundo dados do Censo Agropecuário Brasileiro de 2006 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, cerca de 32 milhões de pessoas moram na zona rural, e 47% da população rural brasileira vive na região Nordeste, o que corresponde a cerca de 15 milhões de pessoas. A segunda região com maior população rural é a Sudeste, que abriga seis milhões de habitantes.
Ainda de acordo com o levantamento, há pouco mais de sete mil cabeças de caprinos no País e 286.553 estabelecimentos que criam esse tipo de gado, resultando em um número médio de 25 animais por criadouro.
Por outro lado, os 18.008 estabelecimentos que produzem leite de cabra prospectaram, em 2006, cerca de 21 milhões de litros. Por dia, observa-se que cada produtor gera, em média, 3,24 litros de leite de cabra. Com base nesses dados, conclui-se que a caprinocultura é uma atividade predominantemente de pequenos e médios empreendedores e que pode ser estimulada em todos os municípios brasileiros.
Fonte: Agência de Notícias de Caprinos e Ovinos (acessado em 08/02/11)