FMVZ e Prefeitura de Botucatu (SP) buscam mosquito transmissor da leishmaniose

A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp de Botucatu, através de uma parceria com a Vigilância Ambiental em Saúde, está desenvolvendo um trabalho de busca ao mosquito transmissor da leishmaniose visceral americana (LVA) em Botucatu.

Desde o dia 21 de fevereiro, várias armadilhas estão sendo instaladas em diferentes regiões da cidade. A armadilha consiste em um tubo plástico equipado com uma lâmpada que atrai os insetos. Uma ventoinha instalada no fundo do recipiente suga os mosquitos até um compartimento de onde eles são coletados pelos pesquisadores. Os insetos coletados serão enviados para a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, onde será feita a identificação exata das espécies de mosquitos.

A preocupação se justifica, pois a LVA afeta órgãos internos, principalmente fígado e baço, e pode ser letal. “Se a doença não for identificada rapidamente, o doente pode ir a óbito”, explica o professor do Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública da FMVZ, Cassiano Victória. “Os sintomas demoram a aparecer e quando a pessoa infectada descobre a leishmaniose, a doença já está em um estágio avançado de evolução”.

A região de Botucatu é endêmica para a leishmaniose tegumentar, que afeta a pele e as mucosas, mas até o momento não houve ocorrências da LVA e nem há registro da presença do mosquito transmissor no município.

“Sabemos que o mosquito existe em cidades próximas como Bauru, Agudos e Lençois Paulista. Como o inseto é da mesma família do transmissor da leishmaniose tegumentar, é possível que ele esteja presente aqui”, explica o professor. Caso o mosquito seja identificado, a Prefeitura de Botucatu executará ações para coibir a multiplicação ou evitar que ocorra a transmissão da doença.

A leishmaniose é uma infecção que afeta os animais e os seres humanos, causada por um protozoário do gênero Leishmania sp e transmitida por várias espécies de insetos vetores conhecidos como flebotomíneos, popularmente chamados de mosquitos palha.

Ela é considerada uma das seis doenças endêmicas mais importantes do mundo à incidência e alta mortalidade em indivíduos não tratados, crianças desnutridas e indivíduos portadores da infecção por HIV.

O cão é considerado o principal reservatório da doença no meio urbano, mas galinhas, porcos, cavalos e animais silvestres também podem desempenhar esse papel.

Para se multiplicar, o mosquito transmissor necessita de solo úmido, sombra e matéria orgânica, que pode ser lixo, fezes de animais, folhas de árvores ou frutas em decomposição. “Por essas características, depois que o mosquito estiver presente em um município, é difícil eliminá-lo completamente, mas sua quantidade pode ser controlada”, ressalta Victória. “Esse projeto vai estreitar a parceria entre a FMVZ e a Prefeitura de Botucatu para estabelecer uma vigilância ativa contra essa importante zoonose”, finaliza.

A pesquisa segue até o final do mês de março.

Fonte: FMZV Unesp (acessado em 17/03/11)

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