O abate de 20 capivaras em um parque de Campinas, realizado este mês, trouxe um alerta sobre a necessidade de se controlar o avanço de possíveis animais infectados com a bactéria Rickettsia rickettsii, da febre maculosa. Porém, na Região do Polo Têxtil (RPT), o controle sobre os animais e carrapatos-estrela continua com as mesmas medidas adotadas anteriormente.
Hortolândia é uma das cidades que mostram mais cuidado em relação ao controle das capivaras e possível foco da doença. Nos últimos dois anos, a cidade contabiliza a apreensão de quatro capivaras adultas. Os animais foram levados até o Centro de Controle de Zoonozes (CCZ), para identificação e retirada dos carrapatos. Eles foram enviados para análise, a fim de detectar se são do tipo Amblyomma cajennense, o carrapato-estrela. Segundo a administração, os animais foram reintroduzidos em áreas de mata e o local onde foram capturados é vistoriado por agentes do CCZ. No município, quando há infestação, a população local é orientada a evitar a área.
Placas
Em Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré e Nova Odessa, não há levantamento do número de capivaras existentes em áreas verdes. Segundo informações repassadas pelos municípios, em todos os locais há placas sinalizando riscos de carrapatos e transmissão da febre maculosa.
Em Hortolândia, a administração afirma fazer a poda da grama e retirada de outros animais hospedeiros, como cavalos e bois, o que seria suficiente para eliminar os carrapatos.
Sumaré também realiza monitoramento constante nas regiões onde há capivaras. As áreas são mapeadas pelo Departamento de Zoonoses e a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), e determinadas como zonas de alerta, onde há carrapatos sem infestação da doença, e zonas de risco, onde há carrapatos e a doença.
Em Americana, além do monitoramento das áreas vulneráveis, os carrapatos também são recolhidos para saber se há infestação e contaminação com a bactéria que transmite a febre maculosa.
Na cidade de Santa Bárbara, segundo o coordenador do CCZ, Wilson Guarda, o manejo das capivaras somente é executado com prévia autorização dos órgãos ambientais. A proliferação desses mamíferos, segundo Guarda, ocorre no município em áreas silvestres e às margens de cursos d’água. Não há locais na cidade que necessitem de isolamento e a orientação é que as pessoas mantenham vigilância para evitar contrair a doença.
As cidades informam que mesmo colocando placas com orientação das áreas de risco é impossível controlar o acesso das pessoas aos locais, dependendo de elas se conscientizarem dos riscos diante dos avisos repassados.
Fonte: O Liberal (acessado em 28/03/11)