Pequenos criadores de coelho do sudeste de São Paulo formaram uma associação para vender a carne do animal para os frigoríficos. Com a oferta menor que a demanda, o preço está valorizado e, negociando em grupo, eles conseguem ganhar ainda mais.
É dia de entrega no frigorífico. Wilson Cardoso é um dos primeiros a chegar. Ele, que cria coelhos há seis meses no município de Salto de Pirapora, no sudeste paulista, deixa desta vez 20 animais. “Com pouco investimento, o retorno está sendo bom”, comenta.
Wilson ganha R$ 4,80 pelo quilo do animal, preço que tem se mantido nos últimos tempos.
O frigorífico, um dos quatro do País com autorização para abate de coelhos junto ao SIF, o Serviço de Inspeção Federal, trabalha com capacidade ociosa. São seis mil abates mensais, mas a estrutura permite até cem mil. “Nós quadruplicamos o abate de um ano para o outro, mas ainda está muito além da necessidade de abastecimento do mercado interno”, diz o dono do frigorífico, Marék Jean Kac.
De olho nesse mercado, pequenos produtores rurais de Capão Bonito decidiram entrar na atividade. Eles formaram um consórcio e quatro meses atrás entregaram 147 coelhos. Agora, já são quase 500 animais.
O caminhão traz coelhos de 13 criadores, embora atualmente cerca de 30 participem do grupo. Para eles, que estão a 130 quilômetros do frigorífico, é uma forma de garantir maior lucro. “Nós compramos ração, matriz, gaiola em conjunto, tudo se torna mais barato. O frete também é diluído, então fica mais vantajoso”, conta o criador Brás Lucchi.
Trinta dos coelhos entregues são do criador Roberto Renó. “Esta é a segunda vez que estou entregando 30 e vou aumentar”.
São Paulo produz em média 17 mil coelhos por ano, o que representa 7% da criação nacional.
Fonte: G1 (acessado em 07/04/2011)