Criança de um ano morre de leishmaniose em Bauru

A Secretaria Municipal de Saúde informou ontem a confirmação, pelo Instituto Adolfo Lutz, de mais dois casos de leishmaniose em Bauru. Um deles causou a morte de uma menina de apenas um ano de idade no dia 21 de março. Esta é a segunda morte registrada na cidade em decorrência da doença em menos de um mês.

No dia 1 de março, a pequena Letícia dos Santos Lima, de 7 anos, também faleceu após ser diagnosticada com leishmaniose. A situação coloca em alerta a Saúde, que afirma estar tomando as medidas cabíveis por meio dos agentes de controle de endemias.

“Esses agentes já estão atuando nesses bairros, que apresentam também grande parte do número de casos de dengue na cidade. Os agentes analisam as condições das residências e se há alimentos em decomposição”, destaca o diretor substituto do Departamento de Saúde Coletiva (DSC) de Bauru, Flávio Tadeu Salvador,.

Salvador esclarece que as ações contra o mosquito vetor da leishmaniose, Lutzomia longipalpis, conhecido popularmente como mosquito-palha, são sistêmicas e não como as do mosquito Aedes aegypti (vetor da dengue). “As larvas dele são quase imperceptíveis porque ficam entre os alimentos em decomposição e fezes de animais como porcos e galinhas”, afirma.

A chegada da doença

A leishmaniose chegou a Bauru em 2003, segundo o diretor substituto do DSC. Na verdade, a cidade é que “chegou até o mosquito”, já que ele possui hábitos silvestres, assim como o Aedes aegypti.

As fêmeas do mosquito-palha transmitem os protozoários através da picada. O principal foco desses vetores são as galinhas, segundo Salvador. “Pesquisas apontam que se o mosquito tiver a opção de picar um cão, um homem ou uma galinha, ele escolherá a galinha porque a reconhece do ambiente silvestre”, explica.

O curioso é que a ave não se torna reservatório e nem transmite o parasita, ao contrário do cão, no qual os protozoários se hospedam nas regiões periféricas do corpo. Já nos humanos, a patologia se instala nas vísceras, daí o nome “leishmaniose visceral”.

Salvador acrescenta que, em Bauru, pode-se dizer que o maior problema são os galinheiros, comumente encontrados em residências, principalmente em bairros mais afastados do Centro. “Uma pesquisa feita pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) revelou que os maiores problemas são os chiqueiros e galinheiros onde ficam depositados restos de material orgânico, alimentos e fezes dos animais”, destaca.

Uma vez infectada, vítima pode ser portadora do parasita por toda vida

A manifestação do protozoário que causa a leishmaniose ainda é muito discutida. Segundo Salvador, sabe-se que a parasitose se desenvolve com agressividade em humanos que possuem deficiência no sistema imunológico, crianças subnutridas ou desnutridas que também estão em período de formação do sistema, idosos imunodeprimidos e também em portadores de doenças de base como diabetes, hipertensão e HIV.

Já quem possui um sistema imunológico saudável, se for infectado, pode conviver com o parasita por toda a vida sem que ele se manifeste, e até mesmo evoluir para uma auto-cura.

“Quando o mosquito (palha) pica um humano que possui o sistema imunológico bom, o parasita acaba sendo atacado pelas células de defesa do organismo. Geralmente eles permanecem no organismo em pouca quantidade, mas há relatos de pessoas que ficaram curadas”, afirma ele.

Quem não destroi os protozoários por completo pode desenvolver a patologia mesmo depois de ter sido infectado há anos, caso fique com a imunidade baixa ou comprometida por conta de outra doença.

Fonte: Jornal da Cidade de Bauru (acessado em 07/04/2011)

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