Após quase uma década subutilizado pelo pecuarista, o cruzamento industrial retorna a cena da pecuária de corte brasileira. O procedimento foi tema da reunião anual do corpo técnico da Associação Brasileira de Angus (ABA), realizada em São José do Rio Preto no final de março.
Segundo o médico veterinário e técnico da associação Rednilson Moreli Góis, o objetivo do encontro foi atualizar os técnicos sobre padronização dos critérios de seleção genética da raça angus, além de promover aproximação com novos mercados nas regiões Sudeste e Central.
“O angus é conhecido por seus atributos de precocidade reprodutiva, fertilidade e qualidade de carcaça. Adicionando todas essas características à rusticidade, longevidade e eficiência produtiva do nelore chega-se a um cruzamento extremamente interessante pela complementaridade das raças”, destaca o médico veterinário.
Para Góis, o resultado da cruza significa uma carne de mais qualidade, cor diferente, mais macia e com o marmoreio muito mais acentuado. “Além disso, os produtos ½ sangue angus x nelore têm revelado características como aproveitamento de forragens grosseiras, resistências aos ectoparasitos, tolerância ao calor e longevidade. Esse cruzamento é ideal para produtores que utilizam a região norte do País como pasto”, diz ele.
A meta é mostrar um novo lado da raça, provando para o mercado que o angus é necessário à realização de cruzamento industrial. “Acredito que isso já esteja acontecendo. Na reunião da ABA, constatamos que até 2013 os estoques de sêmen da raça vão se tornar raros no mercado devido à alta procura pelo produto, principalmente pelo mercado da região Centro Oeste”, explica o veterinário.
Fonte: Portal DBO (acessado em 07/04/2011)