Confinadores de gado demonstram confiança no mercado para este ano, mas se dizem preocupados com a concentração, os custos no setor e com os problemas financeiros que atingem os frigoríficos.
Assuntos como esse foram comentados durante a posse da nova diretoria da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon). A mudança na diretoria da Assocon ocorre em um momento delicado, diz o novo presidente, o pecuarista Eduardo Moura. Ele assume o cargo preocupado também com os custos do confinamento e com a crise que envolve os frigoríficos.
“Acho que a gente assume em um momento difícil. Há uma concentração do setor, vários frigoríficos com dificuldade, em renegociações judiciais, vários companheiros nossos com prejuízos grandes. Por outro lado, é o momento também de preços altos. Lembro-me que dizíamos que boi acima de US$ 20 era caro. O boi hoje custa US$ 50 e o Brasil continua exportando, trabalhando e vendendo. É um momento de desafio”, diz o novo presidente.
Moura ocupa o cargo de Ricardo Merola, que deixa a presidência depois de dois mandatos. “Primeiro conquistamos uma credibilidade muito grande no mercado. Posteriormente, conseguimos fazer várias negociações com frigoríficos, garantindo para eles matéria-prima”, diz o ex-presidente.
No entanto, Merola não deixa de ter preocupações. Uma delas é a concentração do mercado, hoje em quatro grandes frigoríficos. Segundo ele, essa é uma ameaça para o setor porque existem menos opções de venda de gado.
“Gostaria que esse problema fosse tratado pelo governo, porque não é um modelo correto para um país tão grande quanto o nosso. É muito difícil ter uma única planta fazendo uma negociação igual para todos”, afirma Merola.
Fonte: Canal Rural (acessado em 13/04/2011)