Mil cães contaminados com leishmaniose são eutanasiados em MT

Cerca de mil cães foram eutanasiados somente neste ano em Rondonópolis, a 213 km de Cuiabá, por estarem contaminados com diversas doenças, principalmente a leishmaniose. O medo de ter um animal de estimação em casa com a doença está fazendo com que pessoas abandonem os cachorros ou os levem ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para que sejam submetidos à eutanásia.

De acordo com o gerente da Vigilância Sanitária, Edgar da Silva Prates, a instituição recebeu até o momento 1.690 animais por meio do serviço de busca de animal (475) e também pelos donos que foram ao CCZ para deixar os animais (1.215). Desse número, mil já foram eutanasiados, o que corresponde a mais de quatro procedimentos por dia, apenas neste ano.

No entanto, segundo ele, o número é ainda maior em relação aos últimos 18 meses, quando os registros apontam para três mil animais submetidos à eutanásia, em sua maioria, com leishmaniose.

“O fluxo é muito grande para o nosso nível de atendimento. É um dado muito preocupante”, observou Prates. Ele destaca também que a cidade passa por um momento de dificuldades com o alto risco da doença, o que tem assustado a população.

Outro fator apontado pelo gerente é que muitos donos não têm os cuidados necessários com o animal, como levá-lo ao veterinário. “Os animais chegam ao CCZ já em estado de bastante sofrimento e situações críticas de saúde. Devido ao grande volume de entrega desses animais, não há outra saída no momento a não ser os procedimentos de eutanásia”, afirmou.

Segundo Prates, a falta de cuidados pode ser caracterizada como maus-tratos por parte dos donos. Alguns animais não foram vacinados, outros apresentaram doenças tratáveis e ainda há casos, de acordo com ele, em que os cães estão com câncer. O gerente alerta que os donos precisam ter mais consciência do que realmente é cuidar de animais. Ele explicou também que todas essas ações seguem protocolos do Ministério da Saúde, o qual preconiza eutanásia para os cães em que for comprovada a infecção pela doença.

Diante da situação, a Vigilância Sanitária pretende promover uma reunião para discutir o assunto com o Juizado Volante Ambiental, a Promotoria de Justiça e organizações ambientais com o objetivo de criar um protocolo de vigilância e zoonoses. “Isso ajudaria muito a resolver a questão e mostrar em que casos os donos estariam praticando maus-tratos”, disse.

Prates explica que a Prefeitura Municipal tem realizado projetos de combate e prevenção, porém, é preciso que os donos dos animais de estimação também se conscientizem dos cuidados necessários.

Leishmaniose em cães

De acordo com a Coordenadoria de Vigilância Ambiental da Saúde do Mato Grosso, o principal reservatório da doença (animal que permanece com o protozoário em sua corrente sanguínea após ser picado pelo inseto) na área urbana é o cão. Em regiões em que há suspeita de ocorrência da leishmaniose, é realizado um levantamento entomológico para detectar a presença do vetor, um inquérito sorológico canino e o controle dos reservatórios.

Os principais sintomas da leishmaniose em cães são lesões cutâneas nas orelhas, na cauda e no focinho, emagrecimento, crescimento incomum das unhas, conjuntivite, apatia e diarreia. Ao aparecimento desses sinais, deve-se acionar os Centros de Controle de Zoonoses ou a Secretaria de Saúde do município.

Fonte: G1 (acessado em 17/08/2011)

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