Peixes crescidos em laboratório, em água enriquecida com CO2 em proporções semelhantes às quantidades previstas para dentro de algumas décadas, perderam todas as faculdades de lateralização. Eles não conseguiam distinguir a direita da esquerda.
Em condições normais, esses animais são geralmente ‘inteligentes’ e capazes de se dirigirem para o mesmo lado para fugir de um predador ou para se deslocarem. A equipe de Philip Munday, líder do estudo, mostrou que o CO2 afeta o comportamento auditivo e os níveis de atividade de peixes de recife larvais, aumentando o risco de serem apanhados por predadores.
Contudo, os mecanismos que estão na base dessas modificações ainda são desconhecidos. A lateralização comportamental é uma expressão de assimetrias cerebrais funcionais, o que leva à hipótese de que o CO2 afeta a função cerebral.
Os pesquisadores realizaram testes em um labirinto que mostrou que os peixes que habitam águas com grandes concentrações de dióxido de carbono se deslocam de forma aleatória, sem ter orientação. Os investigadores querem saber se os sentidos dos seres humanos também sofrem essa alteração em condições semelhantes e vão continuar os estudos com os peixes para descobrir que outros sintomas podem apresentar.
Fonte: Ciência Hoje (acessado em 24/08/2011)