Consumo de carne não fiscalizada é risco para a saúde

A exposição de carne, seja ela, bovina, suína, caprina ou de ovinos, em temperatura ambiente favorece a multiplicação de bactérias e pode gerar vários surtos alimentares, alerta a vice-presidente da Sociedade Endocrinologia e Metabologia do Rio Grande do Norte, Neidmar da Mata. A médica chamou a atenção para a contaminação de alimentos, em especial, por falta de higiene.

“Por meio da carne bovina, o homem pode ser contaminado por vários tipo de bactérias, mas as mais comuns são os coliformes, por conta de problemas de higiene e manuseio inadequado”, afirmou a endocrinologista. Nas feiras livres é comum encontrar locais em que a carne está exposta, sem o menor cuidado e sobre superfícies não higienizadas.

“Se a carne não for cozida, assada ou frita adequadamente, provavelmente haverá a transmissão da doença”, disse a médica. Entre as verminoses que podem no homem pode comprometer o sistema nervoso central.

Ela explica que, no animal, a cisticercose está parcialmente desenvolvida, em forma larvária, mas, quando entram em contato com o ser humano, essas larvas completam seu ciclo, formando um parasita (solitária) que pode gerar um quadro que, se não cuidado à tempo, pode ser grave. A endocrinologista citou ainda doenças provocadas por bactérias de via respiratória, como a que transmite a tuberculose.

A tuberculose e a brucelose bovina são doenças que condenam o animal na hora do abate, pelo menos nos abatedouros oficiais. Dentre os alimentos que mais causam problemas por intoxicação e infecção alimentar está a carne de boi, a carne de frango, ovos e o leite. “Se o indivíduo estiver com defesas baixas e consumidor uma carne contaminada, vai desenvolver a doença. Depende do grau de resistência”, explicou a médica.

“Quando a carne tem procedência clandestina, fica difícil saber se houve algum controle”, alerta a chefe do Núcleo de Controle de Alimentos da Covisa Municipal, Gláucia Nunes. Ela orienta o consumidor a evitar a compra da carne em feiras livres, quando as condições de acondicionamento não forem adequadas.

“Se a carne fica exposta em temperatura ambiente, ocorre uma multiplicação excessiva de bactérias, que, caso ingeridas, podem provocar surtos alimentares graves”, diz Gláucia.

Para evitar a disseminação de bactérias, todos os produtos de origem animal devem ser mantidos sob refrigeração ou congelamento. “É assim que o consumidor deve comprá-los”, alerta ela. Isso vale para o peixe, frango, carne, carne de porco, linguiça, queijo e até a carne de sol, que, mesmo salgada, precisa ficar sob refrigeração.

Gláucia explica que os surtos alimentares podem ocorrer se a carne não for cozida, assada ou frita adequadamente. “Uma carne exposta de forma inadequada chega para o consumidor com uma carga bacteriana muito grande. Então, se não houver o cuidado no cozimento, a pessoa vai ingerir um alimento contaminado”.

Quando a origem é desconhecida, o risco é ainda maior. “Há risco de se contrair zoonoses, doenças que passam do animal para o homem, como brucelose, cisticercose e tuberculose”, diz ela.

Por isso é importante que a carne seja fiscalizada em sua origem e na comercialização, manuseio e acondicionamento. “Ao comprar uma carne de origem e que esteja sob refrigeração adequada, o consumidor vai se proteger”, garante Gláucia.

Fonte: Tribuna do Norte (acessado em 27/09/2011)

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