Decidir tirar o filhotinho fofo e carismático da gaiola de uma loja de animais pode ser mais importante do que realmente parece. O animal pode viver anos na família, por isso, devem ser levados vários critérios em conta. O zootecnista Alexandre Rossi explica que não é o pelo mais longo e lisinho, o focinho mais curto ou a orelha mais bonita que devem ser considerados.
“É preciso que escolher o animal certo, porque depois não dá para devolver. Tem cachorros que vivem 20 anos”, diz ele.
A primeira coisa a fazer, segundo Rossi, é analisar a família e o espaço disponível para o pet. É impossível, por exemplo, criar um São Bernardo em um apartamento. Além disso, famílias com criança devem preferir raças mais calmas. No caso de o pet ter que passar o dia sozinho, também é importante escolher um que seja menos dependente, explicou o profissional.
“O dono não deve satisfazer o instinto maternal com o animal e tratá-lo como um bebê. Ele não pode ficar sem limites”, alerta Rossi. Segundo ele, se o animal é criado cheio de mimos, quando for é contrariado, vai sofrer. “Isso faz muito mal para o cachorro, ele não entende por que antes tinha tudo e de repente parou de ter”, explica.
Apesar de os veterinários recomendarem que o animal não saia de casa nos primeiros meses de vida, Rossi aconselha o contrário. “É preciso socializar o cão nos primeiros três meses, apresentar o mundo, as pessoas, para ele aprender em quem confiar e a ter medo”, disse. O especialista ressaltou a importância dos cuidados para evitar que o animal adoeça neste processo.
Saiba como educar seu pet em cinco passos:
1) Primeira noite: “A ideia de que o animal deve dormir na primeira noite já no local definitivo é errada”, afirma Rossi. Nos primeiros dias, o filhote vai ficar apavorado se for colocado sozinho em um lugar desconhecido. “Ele vai começar a chorar e, no momento em que a pessoa não aguentar mais ouvir e pegar o animal, o pet vai aprender que, quando chora, consegue o que quer”. O ideal, de acordo com o especialista, é colocar o filhote para dormir no chão do quarto.
2) Necessidades fisiológicas: a melhor maneira de ensinar o pet a fazer as necessidades no local certo não é deixá-lo de castigo quando ele errar. “Sempre que o dono achar que o cachorro vai fazer xixi, deve pegar o animal e levá-lo até o lugar certo e esperar”, afirmou Rossi. A pessoa pode elogiar quando ele faz no local certo. “No começo, ele não deve dar bronca, porque pode estimular o animal a fazer as necessidades em locais escondidos. Aí fica difícil educar”, alerta ele.
3) Mordidas: quando o cachorro é filhote, costuma morder, às vezes, como forma de brincar. Para colocar fim ao costume, Rossi aconselha o uso de brinquedos. Sempre que o filhote começar a latir, rosnar ou morder, deve ser ignorado. Em outros momentos, a pessoa pode jogar um brinquedo para ele buscar e elogiar o trabalho do cão. “Assim, o pet vai entender que não interage com as pessoas se ficar mordendo ou rosnando e que consegue atenção quando pega o brinquedo para alguém jogar”, explica o profissional.
4) Obediência: sentar e dar a patinha são comandos que a maioria das pessoas já tentou ensinar a seu pet. Alguns animais aprendem logo, enquanto outros insistem em não corresponder ao pedido do dono. Rossi sugere usar petiscos como forma de recompensa para ensinar alguns comandos ao animal. “A pessoa fala ‘senta’ e dá um presentinho quando o cachorro obedece. Depois pede a pata e dá mais um presente. O animal vai ficar condicionado, sempre que ouvir a ordem sabe que, se cumprir, ganhará algo”.
5) Passeio sem guia: primeiro, segundo Rossi, é preciso ensinar o cão a passear com a coleira, mas sem puxá-la para um e outro lado. “Não aconselho a sair na rua com o animal sem guia logo na primeira vez”. O filhote precisa aprender que, quando anda junto ao dono, a coleira fica frouxa e que, quando se distancia, é puxado por ela. “O dono não deve sair arrastando o filhote pela rua, porque ele não vai entender “, diz o especialista. A pessoa pode usar petiscos também para estimular que o animal caminhe mais próximo.
Fonte: Terra (acessado em 01/11/2011)