Veterinários usam a criatividade para salvar animais em Uberaba (MG)

O Hospital Veterinário de Uberaba, no Triângulo Mineiro, tem chamado a atenção pelo cuidado com os animais e pela criatividade nas técnicas adotadas em tratamentos. Para ajudá-los a superar problemas de saúde como câncer e deficiências físicas, os profissionais já fizeram rodinhas para jabuti, criaram casco de resina, têm ensinado filhotes de cachorros a andar com duas patas, implantaram cauda em beija-flor e até perna mecânica em um lobo-guará.

Atualmente, os veterinários tentam ajudar três filhotes de cachorro a andar. Bethoven, Pitoco e Vitória têm um problema genético chamado amelia, que causa a falta dos membros superiores. A deficiência é causada tanto por fatores genéticos quanto pelo ambiente. Segundo o veterinário Cláudio Yudi, os animais, que são filhotes de uma mesma ninhada, nasceram com a mesma deficiência, o que é algo raro. “Os dois machos já conseguiram andar só com as duas patas de trás, mas a fêmea ainda enfrenta dificuldades, e talvez seja preciso a implantação de uma prótese”, explicou.

Yudi diz que a prótese será uma espécie de cadeira de rodas, que irá dar suporte para o animal no local em que deveriam estar as patas dianteiras. Quando atingirem a idade adulta, os animais serão castrados para evitar que as futuras gerações sejam afetadas pelo mesmo problema.

Vida nova aos jabutis

Eles têm fama de serem lentos e até preguiçosos, mas a história de Miguinho, um jabuti que vive na Congregação das Irmãs Dominicanas, em Uberaba, é um pouco diferente. Após sofrer um acidente ao passar próximo a um fio de cerca elétrica, o animal teve uma infecção e perdeu uma das patas. Ele foi um dos pacientes do Hospital Veterinário e lá ganhou vida nova, ou melhor, rodinhas. Foram feitas duas adaptações, a primeira delas implantada no início de março deste ano, onde foi implantada uma rodinha para substituir o membro amputado. Como o animal demonstrou certa dificuldade de locomoção, uma semana depois foi implantada outra rodinha para dar estabilidade aos movimentos.

Hoje, Miguinho não enfrenta mais dificuldades e passa por manutenções nas rodinhas no hospital, quando necessário. Segundo a irmã Maria Helena Salazar, o jabuti esta cada vez melhor. “Ele está mais ligeiro. Temos que ficar atentos e deixá-lo em local plano, como foi recomendado pelo veterinário. Quando ele fica solto, é preciso tomar cuidado para não perd^-lo no jardim.”

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O jabuti Jabite, de oito anos, também precisou de atenção especial. O animal teve 95% do corpo queimado em um incêndio e não sobreviveria sem a carapaça. Para não sacrificá-lo, a equipe desenvolveu um casco feito com resina odontológica. Foi necessário aproximadamente um ano de tratamento para que Jabite se recuperasse e a prótese fosse ajustada. Hoje, são necessárias apenas algumas revisões.

“É preciso um acompanhamento para ver o estado da prótese de resina, pois Jabite ainda deve crescer e isso pode quebrar o casco. Será preciso fazer pequenos reparos”, diz Yudi.

Fumante passivo

Outro caso curioso é o do papagaio Frederico. Há alguns anos, ele foi diagnosticado com dois nódulos causados pela fumaça do cigarro. A família, que vive com a ave há 19 ano, têm vários fumantes e isso transformou Frederico em um fumante passivo. O animal foi tratado no Hospital Veterinário de Uberaba e lá passou por uma cirurgia. Hoje, curado, vive bem ao lado da família, que dispensou o cigarro quando está perto do falante Frederico.

Transplante de cauda

Até um beija-flor foi ajudado pelos especialistas de Uberaba. A ave teve a cauda arrancada após um ataque de um cachorro e passou por um transplante. No hospital, foi feito um implante para que o beija-flor voltasse a voar normalmente. A cauda do pássaro foi recuperada e colada com cola cirúrgica especial. Depois da recuperação, ele foi solto.

Perna mecânica

Um lobo guará de aproximadamente dois anos foi encontrado em uma fazenda no município de Veríssimo, no Triângulo Mineiro. O animal foi resgatado pela 5ª Companhia da Polícia Militar muito ferido e com dificuldade para andar. A suspeita é que ele tenha sido atropelado em uma rodovia que corta a região. Após exames, foi constatado que o animal estava debilitado, desidratado e com uma fratura exposta no tornozelo da pata traseira esquerda.

“A fratura é antiga, ou seja, já existem pontos de cicatrização do osso, mas infelizmente de forma inadequada, o que impede uma possível cirurgia para a correção”, explicou o veterinário.

O lobo-guará foi encaminhado para o setor de quarentena do zoológico de Uberaba. Uma prótese metálica está sendo fabricada na cidade para que o animal volte a andar normalmente. Dependendo de como o animal reagir à prótese, não será preciso amputar a perna.

Enquanto as próteses não ficam prontas, a equipe do Hospital Veterinário de Uberaba, composta por especialistas e estudantes, continua desenvolvendo novas ideias e equipamentos para garantir a qualidade de vida dos animais. Para Yudi, é uma oportunidade para que os alunos tenham contato com a rotina da profissão e também com as mais variadas alternativas de tratamento. “O contato com esses animais é, sem dúvida, um aprendizado para todos nós”, afirma.

Fonte: Mídia News (acessado em 01/11/2011)

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